As mãos do doutor Pagnoncelli
24 de maio de 2009 | Com desde 1991, o pediatra lidera no Estado o instituto incumbido de buscar a cura nas células-tronco, enquanto convive há um ano com o aparelho que coordena suas funções cerebraisAs mãos do médico Ronald Pagnoncelli de Souza voltaram a falar. Pagnoncelli sempre falou também com as mãos, como se conduzisse as frases até a ponta dos dedos. Em outubro de 1991, um mês antes de completar 55 anos, no auge da carreira, sentiu que seus movimentos perdiam leveza. Passou a esconder sob a mesa as mãos trêmulas que não mais o obedeciam. Os pacientes não poderiam ver que as mãos do doutor Pagnoncelli haviam sido caladas pela doença de .
Agora, em maio, o pediatra de gerações de gaúchos completa um ano de reabilitação. Sentado na poltrona do escritório, no apartamento do bairro Rio Branco, em Porto Alegre, Pagnoncelli conta por que se sente melhor. O médico de gestos suaves fala de novo com as mãos, sem o desconforto dos tremores.
Desde maio do ano passado, reassume sem pressa, com a ajuda de um chip implantado no peito, o controle dos movimentos. O chip é um microcomputador colocado sob a pele. O aparelho transmite por fios que penetram no crânio as ordens capazes de reorientar o funcionamento do cérebro. Sob o comando do aparelho, impulsos eletrônicos fazem a vigília do equilíbrio que o teima em desarrumar. A interferência não é apenas física, como a do marcapasso que dá ritmo aos batimentos do coração. É química.
Pagnoncelli recupera gradualmente os movimentos porque os impulsos da Estimulação Cerebral Profunda agem na complexa rede de neurotransmissores do cérebro que regulam os movimentos do corpo (veja na página ao lado). O cérebro do médico voltou assim a produzir dopamina. A falta ou escassez de dopamina havia acionado a doença que quase o consumiu. (...)
O médico que não sabia como ajudar a decifrar a doença da mãe passou a ser subjugado pela mesma enfermidade. Mas seu dilema também é confrontado com uma perspectiva que os médicos compreendem melhor – a da . (segue...) Fonte: Zero Hora.
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