Células-tronco: avanços e retrocessos
Enquanto FDA autoriza testes clínicos em células embrionárias, estudo mostrou que células de tecido adulto têm memória
02/08/2010 - Duas novidades chacoalharam o mundo das células-tronco nas duas últimas semanas. Na sexta-feira (30/07), a Administração de Drogas e Alimentos dos Estados Unidos (FDA) autorizou, pela primeira vez, que células tronco embrionárias fossem injetadas experimentalmente em seres humanos. As células, capazes de se transformar em qualquer tipo de tecido do corpo, são uma esperança de cura para pacientes com doenças atualmente incuráveis.Mas na semana anterior, o estudo de um outro tipo de células-tronco, as pluripotente induzidas, também avançou – não necessariamente, neste caso, com notícias tão boas.
As células-tronco pluripotentes induzidas, geradas a partir de tecidos adultos, surgiram há cerca de três anos como uma solução para a criação de células-tronco capazes de se diferenciar em qualquer tecido humano que não tivessem questionamentos éticos, como as embrionárias – retiradas de embriões inviáveis, ou seja, que nunca poderiam evoluir e produzir um ser vivo.
Efeito memória
Uma pesquisa publicada pela revista Nature mostrou que a solução pode não ser tão perfeita como parecia a princípio. Cientistas liderados por George Daley, da Universidade de Harvard, descobriram que as células-tronco pluripotentes induzidas preservam a memória de sua vida como célula-adulta – ou seja, elas têm mais facilidade em voltar a se tornar o tecido que eram originalmente.No artigo Daley e colegas mostraram que uma célula adulta do sangue transformada em célula-tronco pluripotente induzida tem mais facilidade para voltar a se tornar novamente uma célula do sangue do que se fosse óssea. O inverso também acontece: células que originalmente eram de osso que não fazem boas células adultas de sangue – e muito menos de neurônios. (...)
No caso de terapia celulares, uma situação semelhante ocorreria. Não seria possível teoricamente criar um neurônio e utilizá-lo no paciente com Parkinson partindo de uma célula adulta da pele. “A área precisa que alguém desenvolva um método para apagar a memória para que as células-tronco pluripotentes induzidas feitas a partir de uma célula adulta de pele possa fazer todos tipos de tecidos com igual vigor”, afirmou George Daley ao iG. (segue...) Fonte: Ultimo Segundo.
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