terça-feira, 2 de outubro de 2012

Violência contra idosos quase dobrou

Crimes contra pessoas com mais de 60 anos cresceram 91,2% entre 2002 e 2010, segundo estudo do ISP

02/10/2012 - RIO - Contratadas para serem acompanhantes do aposentado Luiz Peixoto em 2010, duas auxiliares de enfermagem decidiram cuidar também do bolso de seu empregador. Aproveitando-se da confiança que o idoso depositava nas duas, descobriram sua senha bancária e fizeram várias retiradas de até R$ 1 mil, que totalizaram R$ 48.250. Deixaram a conta do aposentado negativa em R$ 9 mil, acabando com o sonho de uma velhice tranquila. Apesar de aparecerem nas câmaras de segurança do banco fazendo os saques, as duas ganharam o direito de responder em liberdade. Além disso, no último dia 19, o Juízo da 9ª Vara Criminal do Rio suspendeu pelo prazo de dois anos o processo ao qual elas respondem por estelionato e furto. Com isso, poderão continuar trabalhando com idosos e seus processos só terão continuidade se voltarem a cometer outro crime.

Luiz Peixoto faz parte de uma legião de idosos vítimas de estelionato no Rio. Só de janeiro a julho deste ano foram mais de 4.700 casos semelhantes no estado. De acordo com um estudo do Instituto de Segurança Pública (ISP), a violência contra a população de mais de 60 anos, tema do terceiro dia da série “Retratos da terceira idade”, cresce num ritmo preocupante. A pesquisa, intitulada “Dossiê pessoa idosa 2011”, revela, com base em registros da Polícia Civil, que a ocorrência de crimes contra os idosos cresceu 91,2% entre 2002 e 2010. Número bastante expressivo se for levado em conta que, de acordo com o IBGE, o aumento da população com mais de 60 anos foi de 35% entre 2000 e 2010. (...)

Tentando denunciar essa violência, a moradora de Copacabana Gedi Brizola Inácio, de 77 anos, procurou na segunda-feira as duas delegacias do bairro. Ela vive sem qualquer ajuda com dois irmãos, Getúlio Brizola Inácio, de 78 anos, e Tânia Artigas, de 73. Os três não têm plano de saúde e precisam de cuidados médicos. Mas não conseguem recebê-los do Estado.

— Já tentamos de tudo. Da última vez, fui ao posto de saúde da Rua Siqueira Campos e agendei atendimento em casa para uma semana depois. Já se passaram outros sete dias, ninguém apareceu e o posto não deu sequer uma explicação. Meu irmão tem 78 anos, é esquizofrênico e não consegue dormir. Minha irmã sofre de mal de Parkinson e eu sou diabética. Não conseguimos atendimento e não contamos com mais ninguém. A verdade é que somos velhos e fomos descartados — lamentou a idosa. (segue...) Fonte: Globo G1.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Observamos que muitos comentários são postados e não exibidos. Certifique-se que seu comentário foi postado com a alteração da expressão "Nenhum comentário" no rodapé. Antes de reenviar faça um refresh. Se ainda não postado (alterado o n.o), use o quadro MENSAGENS da coluna da direita. Grato.