Um distúrbio raro de sono que faz com
que as pessoas se mexam, gritem, falem, etc durante os sonhos pode ser o
primeiro indício de uma doença neurológica mortal, diz uma publicação do portal
americano ‘LiveScience’ que cita uma nova pesquisa.
Aproximadamente a metade das pessoas
com a condição conhecida como “Desordem de Comportamento do Movimento Rápido
dos Olhos (RBD)” vão desenvolver Mal de Parkinson ou uma condição semelhante em
até uma década após o diagnóstico da RBD. O estudo identificou que eventualmente,
quase todos os portadores da RBD vão desenvolver alguma desordem neurológica.
“Se você tiver essa desordem e viver o suficiente, você
provavelmente vai ter Mal de Parkinson ou uma condição similar a essa – é quase
que um sinal de alerta”, disse Michael Howell, professor de neurologia na
Universidade de Minnesota e coautor do estudo publicado no último dia 13 de
abril no “JAMA Neurology”.
O principal sintoma da RBD é a
movimentação durante o período do sono conhecido por “rápido movimento dos
olhos” (REM), quando a maioria dos sonhos acontece e os músculos estão
normalmente paralisados pelo tronco cerebral. Pessoas com RBD, acredita-se,
possuem um problema de mal funcionamento no tronco cerebral que permite que
eles se movam durante o sono REM, e então ajam de acordo com seus sonhos, diz o
estudo.
Pessoas com RBD descrevem sonhos
vívidos, e acabam movimentando as mãos bruscamente, dando socos, pontapés e até
mesmo pulando para fora da cama. A doença representa um risco sério para o
companheiro de cama, disse Howell. A doença foi descrita pela primeira vez em
1980, e é distinta do sonambulismo. De acordo com o especialista, afeta 0,5% da
população – ou 35 milhões de pessoas em todo o mundo.
Para saber se o RBD era, de fato, um
sinal precoce da doença de Parkinson e distúrbios semelhantes, Howell e seus
colegas vasculharam mais de 500 estudos sobre o tema publicados entre 1986 e
2014. Surpreendentemente, eles descobriram que entre 81 e 90% dos pacientes com
RBD desenvolviam a doença degenerativa no cérebro durante suas vidas.
A doença de Parkinson é causada pela
repartição de certas proteínas chamadas de alfa-sinucleínas, em neurônios.
Essas proteínas produzem a dopamina, substância química que produz sensações
agradáveis em resposta às atividades gratificantes. Pode ser que a RBD resulte
dos primeiros estágios de decomposição da alfa-sinucleína no cérebro, de modo
que pode ser um sinal útil de alerta de Parkinson, disse Howell. No entanto,
nem todos que desenvolvem a doença de Parkinson têm RBD.
As descobertas podem ajudar os médicos
a encontrar uma maneira de tratar a doença de Parkinson enquanto ela ainda está
em seus estágios iniciais. A RBD não é curável, mas pode ser tratada com altas
doses de melatonina (que ajuda no sono) ou baixas doses de clonazepam (fármaco que
combate a ansiedade). Pacientes com RBD também devem tomar medidas para evitar
possíveis fontes de lesão. “É muito importante que o ambiente do quarto seja
tornado o mais seguro possível, por meio da remoção de objetos que podem ser
tomados ou utilizados como armas”, disse Howell.
A Doença de Parkinson não é curável,
mas pode ser tratada com drogas. Além disso, uma terapia experimental conhecida
como “estimulação cerebral profunda” mostrou-se promissora em alguns pacientes.
Fonte: LiveScience
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