Sob este t�tulo h� um depoimento muito interessante de um portador de DP na base de dados da lista de Parkinson da Sociedade francesa de Parkinson. O autor, que se assina simplesmente MB, conta sua hist�ria desde o diagn�stico, apontando os diferentes medicamentos e os argumentos t�cnicos que justificaram a prescri��o. H� exatamente cinco anos ele come�ou a sentir o que chamava de �uma paralisia parcial do lado esquerdo� que lhe afetava sobretudo as extremidades (os dedos da m�o e o p�). Essa paralisia era espor�dica no inicio, tornando-se depois de meses mais constante, especialmente ap�s esfor�os f�sicos prolongados, caminhando, patinando ou andando de bicicleta. O neurologista consultado anunciou que ele estava com DP, �uma doen�a para a qual existia tratamento�. A DP, dizia o m�dico, decorre da falta de uma substancia qu�mica no c�rebro, a dopamina, e, ent�o, para come�ar, prescreveu levodopa (nome comercial: Prolopa ou Modopar na Fran�a). �A levodopa � a dopamina em p�lulas.� � f�cil e simples de compreender, dizia o m�dico. �O seu c�rebro tem falta de dopamina, ent�o n�s vamos dar dopamina em p�lulas e o problema se resolve.� Assim, no inicio, tr�s comprimidos de levodopa por dia foi dado a t�tulo de experimenta��o por algumas semanas. Tudo correu perfeitamente bem e o depoente voltou a sentir-se absolutamente normal, salvo duas ou tr�s vezes no intervalo de dez dias, quando percebeu que quatro ou cinco horas depois da tomada da medica��o os sintomas da paralisia retornavam. Tirando isso o tratamento foi considerado perfeitamente eficaz, sendo prescrito prolopa todos os dias no pressuposto de que DP �n�o me incomodaria mais�.
2. OS AGONISTAS DOPAMIN�GICOS
Ele voltou ao neurologista depois de algumas semanas para checar os resultados. O m�dico ficou satisfeito. mas explicou que n�o se podia abusar da levodopa pois ela tinha efeitos colaterais a longo prazo. MB perguntou que efeitos eram esses, tendo o escul�pio respondido que eram �movimentos exagerados�. Ao confirmar que a levodopa havia funcionado bem ele afirmou categoricamente que o diagn�stico era mal de Parkinson e que iria entrar com um novo medicamento, um agonista dopamin�gico. � um pouco dif�cil de compreender, disse o m�dico, desenhando uma sinapse (liga��o entre dois neur�nios) em uma folha de papel com flechas indicando como o agonista dopamin�gico imita a a��o da dopamina e estimula diretamente o neur�nio que recebe uma mensagem. Foi assim que ele come�ou a tomar 0,25 mg de Requip (nome comercial de ropinerol, um agonista semelhante ao pramipexol (Sifrol, Mirapex) tr�s vezes ao dia, dose que foi aumentada depois de um m�s para 3 mg. ao dia. �A utilidade do agonista � que ele faz mais ou menos o mesmo trabalho que a Levodopa, permitindo reduzir a dose dessa �ltima (portanto, diminuindo efeitos secund�rios de longo prazo que s�o associados; Por outro lado seu efeito � mais longo que o da Levodopa embora o efeito do agonista pade�a do efeito de fim de dose da Levodopa de forma mais pronunciada.�
3. SELEGILINA
Na consulta seguinte o neurologista prescreveu um terceiro medicamento, a selegilina (nome comercial: Niar, Eldepril. Deprilan, Jumexil), medicamento inibidor de uma enzima chamada MAO-B (monoamino-oxidase B) que destroi a dopamina dentro do c�rebro. A droga era apontada como tendo propriedades neuro protetoras.
4. Triterapia
MB sentiu-se bem durante v�rios meses com a combina��o dos tr�s medicamentos, tomados na forma de 7 comprimidos ao dia. (3 Prolopa, 3 ReQuip e 1 Selegilina). Mas, a partir de certo ponto, o tratamento mostrou-se insuficiente. A dose de ReQuip foi dobrada, mas como efeito colaterais apareceram (movimentos exagerados) houve um recuo para a dose anterior. Nesse mesmo per�odo o sono de MB ficou completamente desregulado.
5. AMITRIPTIINA
Um novo medicamento foi acrescentado ao tratamento: a amitriptilina. Usada em psiquiatria para acalmar pacientes agressivos, foi prescrita em uma �dose min�scula� tomada antes de deitar dando a MB novamente um sono normal. Nesta altura como a dose de Prolopa havia sido fracionda e ministrada a intervalos menores, MB estava ingerindo 11 comprimidos ao dia.
6. TASMAR
Tasmar � o nome comercial de um inibidor (Tolcapone) de uma enzima conhecida como COMT que destr�i a levodopa quando ela passa do intestino para o sangue. A alega��o era que, como havia no caso de MB flutua��es motoras, a a��o do Tasmar seria �espetacularmente eficaz�. Nessa altura ele estava tomando 14 comprimidos ao dia.
7. SINEMET
Mas o Tasmar acabou por deixar o c�rebro com excesso de dopamina e aumentou a discinesia de MB. A sa�da foi trocar a forma levodopa aparecendo o Sinemet como melhor alternativa. Nessa altura passaram-se dois anos e meio do diagn�stico e MB tomara 5 medicamentos diferentes, totalizando 17 a 20 comprimidos ao dia.
8. RIVOTRIL
Sob o aspecto motor MB voltou a funcionar embora tivesse algo de discinesia, dificuldades na marcha e a ins�nia voltara. Seu m�dico decidu ent�o entrar com o Rivotril, nome comercial de Clonazepan, que age como sedativo, reduz a ansiedade e � ben�fico no caso de rigidez muscular. MB chegara ao 3 ano de tratamento, com 6 rem�dios diferentes e cerca de 25 doses di�rias.
9. AMANTADINA
Mas o quadro de MB piorava, especialmente quando ele come�ou a fazer horas extras no trabalho. A discinesia passou a ser muito forte, desenvolveu problemas de coluna e tendinite no ombro e dores no p�. J� n�o conseguia trabalhar e sentia-se muito estressado. Foi nessa altura que a Amantadina (no Brasil o nome comercial � Mantidan e na Fran�a h� dois produtos: Mantadix e Symmetrel) foi acrescentada ao tratamento. Com isso MB alcan�ou alguma melhora do seu estado e pode reduzir a dose da maioria dos outros rem�dios. E era assim que MB se sentia em fev/02, 4 anos ap�s seu diagn�stico. Estava em paz com os medicamentos e, salvo ao levantar, quando as distonias fortes sempre o bloqueavam, ele controlava perfeitamente seu tratamento, sendo capaz de predizer seu estado em fun��o da droga que tomava.
CONCLUS�O
Tudo ia bem para MB, exceto pelo fato de que n�o voltou a trabalhar. Foi considerado oficialmente incapaz. Com um controle dos rem�dios (7 com cerca de 20 a 30 doses di�rias, dependendo de como ele se sentia), praticando yoga, fisioterapia e exerc�cios regulares, ele considerava que tinha �uma boa qualidade de vida�. MB termina seu depoimento dizendo o seguinte: "Cada parkinsoniano tem sintomas que lhe s�o pr�prios, e cada parkinsoniano tem um tratamento adaptado a sua situa��o. Meu tratamento est� na faixa mais comum e eu n�o entrei nos detalhes mas espero que demonstrei suficientemente at� que ponto a DP pode ser tratada de forma simples!! Espero te-los convencido.! Amistosamente!. MB.�
Fonte: Base Parkliste 2002 - http://wd014.lerelaisinternet.com/sites/parkliste/basepkl2002.htm
A resposta a qualquer tratamento depende unicamente da postura do paciente, tais como:
ResponderExcluirFé,determinação, dedicação e disciplina,exatamente como MB.
Parabéns !!!!!!!!!!!