terça-feira, 25 de março de 2003

H�BITO DE COMER FRUTAS DEPENDE DE VALORES E CREN�AS


20/03/2003 - 09h00

H�bito de comer frutas depende de valores e cren�as

ALMEIRI SANTOS
da Folha de S. Paulo

Por que raios o biscoito ou o sandu�che sempre vencem a ma�� ou a p�ra quando bate fome no meio da dia ou na madrugada? Os benef�cios do consumo de frutas para a sa�de s�o relativamente bem conhecidos -para quem os desconhece, h� uma providencial lista na p�gina ao lado. Mas, apesar disso, as frutas costumam ser esquecidas nas geladeiras e fruteiras das casas.

O Folha Equil�brio foi atr�s de uma explica��o para as "for�as" que movem comportamentos aparentemente contradit�rios como esse.
O enfermeiro Paolo Meneghin, professor do departamento de enfermagem m�dico-cir�rgica da Universidade de S�o Paulo, responde � quest�o valendo-se da TRA (Teoria da A��o Racional), elaborada por dois pesquisadores americanos, Martin Fishbein e Icek Ajzen, da Universidade de Illinois e da Universidade Massachusetts (EUA), respectivamente.

Segundo a teoria, o comportamento humano � formado por dois compartimentos: o cognitivo, que armazena o ac�mulo de conhecimento e informa��o, e o afetivo, onde est�o as cren�as e os valores da pessoa. Segundo Meneghin, saber, por exemplo, que fruta faz bem para a pele, que possui vitaminas importantes para o organismo e todas as demais vantagens nutritivas n�o � suficiente para determinar a mudan�a de atitude. Ou seja: deixar o salgadinho de lado para dar chance � ma�� na geladeira.

"As coisas nas quais a pessoa acredita, aquilo para o que ela d� valor, o que ela gosta e o que lhe d� prazer s�o os fatores que a levar�o a uma mudan�a de comportamento", diz ele.

Para estudar os h�bitos de uma pessoa com base na TRA, os educadores fazem uma investiga��o tendo como objetivo descobrir o quanto o indiv�duo possui de conhecimento e de informa��o e quais as cren�as e os valores que o levam a determinado comportamento.

"A partir daquilo que cada um acredita com rela��o a comer frutas e o valor que cada pessoa atribui como vantagem ou desvantagem em ingerir esse ou aquele alimento � que vai dar a chave da mudan�a de h�bito", explica Meneghin.
Segundo o professor, as cren�as e valores, t�o importantes para determinar nossa maneira de agir, sofrem enorme influ�ncia das chamadas normas subjetivas, ou seja, a influ�ncia do meio em que cada indiv�duo vive.

"Se algu�m que gosta de fruta, mas quase n�o come esse alimento, passa a conviver num ambiente onde as pessoas possuem esse h�bito, imediatamente ela vai adquiri-lo tamb�m. � que as nossas atitudes est�o intimamente ligadas ao que o grupo espera de n�s", diz ele.

O contr�rio tamb�m vale. Se voc� come�a a levar uma fruta para o ambiente de conviv�ncia, seja trabalho ou escola, logo ir� perceber que outras pessoas come�am a fazer o mesmo.

Portanto, se voc� � do tipo que gostaria de saber por que, apesar de gostar de frutas, consome pouco esse alimento, a sugest�o � fazer o teste da p�gina ao lado.
Depois, como recomenda a professora de nutri��o do Departamento de Medicina Preventiva da Unifesp (Universidade Federal de S�o Paulo) Anita Sachs, trate de deixar as frutas � m�o. A cria��o do h�bito come�a, nesse caso, com uma maior exposi��o do alimento e tamb�m com a valoriza��o dos seus aspectos positivos. Comer uma banana, por exemplo, � o suficiente para repor a energia gasta em meia hora de futebol. "O Guga est� cert�ssimo ao comer banana no meio da partida de t�nis. A reposi��o de pot�ssio perdido no suor acontece na hora", diz a nutricionista.

E, assim como h� gente que n�o gosta de beringela ou aspargos, h� quem n�o tenha paladar receptivo para determinadas frutas. "Uma pessoa pode ter intoler�ncia � banana por causa da produ��o de uma enzima qualquer", diz a nutricionista. O importante � n�o transformar o ato de comer fruta em algo estressante. Cada pessoa pode e deve comer aquelas de que gosta.

Segundo dados do Minist�rio da Agricultura, as c�tricas (laranja, lim�o, tangerina), a banana, o mam�o e o abacaxi s�o as mais vendidas no Brasil.


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