Amelia Panico for The New York Times
Dr. Michael Kaplitt injected particles into the brain of Nathan Klein at New York-Presbyterian Hospital on Monday. (19-08-03)
JC e-mail 2346, de 20 de Agosto de 2003.
EUA iniciam testes para terapia gen�tica contra mal de Parkinson
Tratamento n�o teve verifica��o com animais
Gia Kolata escreve pro 'New York Times':
'Eu tenho a cabe�a dura?' -perguntou Nathan Klein. 'Minha mulher sempre diz que eu sou cabe�a-dura.' 'N�o, est� na m�dia', disse o m�dico Michael Kaplitt. '� uma das poucas situa��es em que a m�dia � melhor.'
Kaplitt acabara de abrir um buraco do tamanho de uma moeda de 25 centavos no topo do cr�nio de Klein, em prepara��o para um experimento ambicioso: a infus�o no c�rebro de 3,5 bilh�es de part�culas virais, cada uma carregando uma c�pia de um gene que deve ajudar a suavizar os tremores e outros movimentos anormais causados pelo mal de Parkinson.
Nesta segunda-feira, no Hospital Presbiteriano de Nova York, Klein, um produtor de TV independente de 55 anos, se tornou a primeira pessoa a se submeter a terapia gen�tica para Parkinson.
Apesar da sombria hist�ria dos experimentos em geneterapia, a FDA [ag�ncia que regula alimentos e medicamentos nos EUA] autorizou o procedimento para 12 pessoas com mal de Parkinson avan�ado.
O experimento faz parte de um teste de fase 1, que tem por meta determinar a seguran�a, n�o a efic�cia. Mas claro que os pesquisadores e volunt�rios tamb�m esperam ver sinais de que o tratamento funciona. Isso deve ficar claro em tr�s meses, diz Kaplitt.
'Minha meta n�o � tentar curar Parkinson', afirmou o pesquisador. '� fornecer um melhor tratamento sobre o qual possamos nos apoiar para o pr�ximo avan�o.'
Riscos inerentes
Alguns especialistas em geneterapia e mal de Parkinson expressaram preocupa��o. Eles disseram que o experimento estava indo adiante sem evid�ncia em macacos de que poderia funcionar e que tinha a possibilidade de causar danos -v�rus se espalhando pelo c�rebro, ou c�lulas tratadas liberando enormes quantidades de prote�na que impedissem os neur�nios de disparar.
'Esse � um experimento maluco', disse C. Walter Olanow, professor e chefe do Depto. de neurologia da Escola de Medicina Mount Sinai.
Numa entrevista antes da opera��o, Klein disse que foi totalmente informado dos riscos potenciais. 'Espero que fa�a algo. Se vai ficar 10% melhor, 25%, 50% ou mais, eu espero que funcione', disse. 'Mas eu sou o primeiro e sou o macaco deles.'
O mal de Parkinson � mais conhecido por seus tremores, mas h� outros sintomas t�o problem�ticos, ou at� mais. As pessoas muitas vezes n�o conseguem se mover, ou caminham em passos muito lentos, que algumas vezes aceleram fora de seu controle. Alguns portadores desenvolvem problemas cognitivos e dem�ncia.
A doen�a ocorre porque c�lulas nervosas morrem numa regi�o do c�rebro chamada 'subst�ncia negra', o que leva a uma falta de dopamina, um mensageiro qu�mico que leva sinais �s v�rias �reas cerebrais ligadas ao movimento.
Rem�dios podem ajudar a controlar os movimentos anormais durante um certo tempo. O mais conhecido, L-dopa, se transforma em dopamina no corpo. Mas todas as drogas t�m efeitos colaterais.
Klein, que teve Parkinson por dez anos e tentou de oito a dez drogas, sofria de pris�o de ventre, sobrepeso, ins�nia, boca seca e fadiga. Outros pacientes desenvolvem desordens de movimento com a L-dopa. E, com o tempo, as drogas podem perder seu efeito.
Cirurgias para destruir peda�os do c�rebro que iniciam os tremores podem ajudar, mas t�m riscos. Implantes de c�lulas fetais ajudaram alguns pacientes, mas levaram a problemas graves em outros.
Estimuladores cerebrais profundos tiveram resultados promissores. Mas implantes apresentam o risco de infec��o, e aparelhos podem falhar.
(Folha de SP, 20/8)
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