sexta-feira, 28 de dezembro de 2007


É sabido que pessoas portadoras de alguma limitação ou acometidas de doenças crônicas não costumam associar-se, sendo o isolamento e a retração social uma atitude bastante comum entre elas.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) tem dados sobre esse fenômeno. Apenas 7,8% das pessoas com esses problemas pertencem ou recorrem a grupos de apoio ou associações.

Quando tomei conhecimento deste fato custei a acreditar. É muito pouca gente, especialmente considerando-se o auxílio comprovado que a ajuda mútua pode prestar, modificando a rotina e oportunizando uma melhoria efetiva na qualidade de vida dessas pessoas.

Veja, por exemplo, o que diz Rui Fernando Barbosa em crônica que publicou recentemente:

“(...) A cada encontro dos grupos, reafirmamos e renovamos o prazer de pertencer - seja à associação da rádio comunitária, à ONG que protege os sabiás de papo verde, à seita budista ou ao Movimento dos Ateus com Cristo. O pertencimento, afinal, não é tudo na vida, mas é um ingrediente fundamental na receita de ser feliz.

Isolado numa ilha, inteiramente só, dificilmente alguém se sentirá feliz. Pois não terá com quem trocar idéias e informações, não se sentirá parte de uma sociedade ou de uma cultura nem exercitará essa fantástica consciência de pertencer, orgulhoso à imensa multidão que se debate, briga, mas também dança, se abraça e se beija neste planeta. E que sabe, cada vez mais, quanto essa comunhão é necessária caso queira, por muitos e muitos séculos, continuar comemorando a possibilidade de viver, amar e ser solidária.”

Fonte: BARBOSA, Rui Fernando. “Pertencer, e não pertencer, é que faz a diferença.” Revista Claudia, Editora Abril, dezembro de 2007. p. 162.

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