quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008



CARTA ABERTA


A CNBB promove a Campanha da Fraternidade deste ano, enfocando os temas: eutanásia, aborto e células tronco. Não pretendo emitir qualquer juízo de valor sobre a eutanásia e o aborto, procurando centralizar sobre as células embrionárias. No que se refere a estas últimas, quer-me parecer, data venia, que combater as pesquisas não parece a melhor escolha. Com efeito, o Congresso Nacional, em sua soberania, após exaustivos debates, houve por bem em 2005 aprovar as pesquisas com células tronco embrionárias que não seriam mais utilizadas, congeladas há mais de três anos e com o consentimento dos progenitores, e que, em última análise, seriam descartadas e encaminhadas inexoravelmente ao cesto do lixo. Permitindo as pesquisas, o Poder Legislativo Nacional se mostrou sensível aos sofrimentos e angústias de pessoas acometidas das mais variadas patologias, como Doença de Parkinson, Doença de Alzheimer, Diabetes, Distrofia Muscular, Esclerose Múltipla, portadores de Paraplegia e Tetraplegia, e outras, que alimentam esperanças de que se abra uma possibilidade de cura, pois, se assim não for, ficarão condenadas de forma inexorável e definitiva para o resto de sua vidas. Respeitosamente, permitam-me dizer que o Criador Supremo do Universo não desejaria para suas criaturas o sofrimento e a angústia perpétuos, retirando-lhes a possibilidade e o sonho de encontrar o alívio para suas dores e seus desesperos. Trata-se de um contingente ponderável da população que compreende alguns milhões de pessoas, ai incluindo seus familiares e amigos, vivas, palpitando em seus corações. Permitam-me dizer, respeitosamente, dizer que não deveriam elas ficar ao desabrigo em decorrência de uma interpretação do conceito de vida por demais elástica e - data venia - por demais ampla envolvendo aspectos por demais complexos e controvertidos, que, por falta de espaço, refoge aqui sua discussão, mas que, certamente, tais pesquisas podem vir a beneficiar uma parcela substancial da humanidade, inclusive, se vivo fosse, de nosso irmão de infortúnio, Sua Santidade o saudoso Papa João Paulo II.
Todas as pessoas que sofrem de uma doença incurável estão de acordo com o tema da Campanha da Fraternidade: "Escolha da vida". A ele acrescentariam:

NÓS que aqui estamos - VIVOS - também escolhemos a VIDA. Deixem-nos viver e sobreviver!


Samuel Grossmann
Presidente da ABP

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