sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Sensor pode revolucionar tratamento de Parkinson

quinta, 30 agosto 2012 - O mesmo medicamento para controle de Mal de Parkinson vem sendo usado há 40 anos. Como se não bastasse o pouco avanço na descoberta de novos tratamentos, o SUS distribui livremente medicamentos, para o tratamento de labirintite, que seriam os maiores causadores da doença: a Cinarizina e a Flunarizina. O neurologista Pedro Miranda, de Cuiabá, alerta que ambos conseguem bloquear um neurotransmissor muito importante chamado, dopamina, que é essencial na modulação do humor, razão pela qual é comum em pacientes que usam esses “remédios” desenvolverem depressão e Parkinson.

“Acontece que é o mais barato no mercado, aí acaba sendo distribuído indiscriminadamente pelo próprio SUS”, conta. O médico reconhece que as pesquisas sobre o Mal Parkinson avançaram muito, mas que ainda há muitas dúvidas a serem respondidas.

Enquanto isso, pessoas como aposentado Wilson Schaustz, 65 anos, vivem sem expectativa de cura. Ele, que mora em Cuiabá, descobriu a doença há 14 anos. Logo em seguida começou a fazer o tratamento. Hoje ele faz fisioterapia regularmente no Centro de Reabilitação Dom Aquino Correa, porém os exercícios apenas ajudam a não piorar o seu quadro de saúde. “A fisioterapia não deixa a doença evoluir”, observa o paciente, que sobrevive por conta de alguns medicamentos que controlam a tremedeira, porém não aliviam muito as dores. Disciplinado, Wilson faz acompanhamento com neurologista a cada três meses, nutricionista todos os meses, cardiologista a cada seis meses e psicólogo uma vez por mês.

Por conta do Mal de Parkinson ele possui uma degeneração progressiva. Sente dor muito forte nas costas e a respiração também é prejudicada. Ele tem um lado do corpo que treme mais do que o outro, já sofreu um derrame que teria sido provocado pela doença, sua alimentação é controlada e enfrenta dificuldades para andar. Dia 10 de setembro vai passar por uma consulta em São Paulo. “Eu tenho toda a assistência aqui em Cuiabá, porém sei que a doença não tem cura”, diz, praticamente conformado com o seu futuro.

O neurologista Pedro Miranda, que tem se especializado em Mal de Parkinson e atende regularmente pacientes do Centro de Reabilitação Dom Aquino Correa, acompanha todos os avanços que ocorrem no tratamento da doença e observa que as últimas evoluções se devem aos conhecimentos na área da genética humana.

“Sabe-se hoje que existe uma predisposição hereditária. Isso quer dizer que quem tem casos na família deve ficar atento aos quatro sintomas como diminuição dos movimentos, rigidez, quedas frequentes e o mais conhecido, o tremor. E ao contrário do que se pensa, avalia Pedro Miranda, os tremores não são o principal sintoma. Somente a metade dos pacientes apresenta a tremedeira. Outra coisa é que até mesmo a melhor instituição de diagnóstico tem um índice de erro de 15%”, conta o neurologista.

Caneta pode revolucionar tratamento
Uma pesquisa realizada em forma de cooperação multidisciplinar entre a Faculdade de Medicina da Unesp em Botucatu (SP) e a Faculdade de Ciências da Informação e Matemática, da Universidade Regensburg, na Alemanha, poderá também facilitar o diagnóstico precoce e ajudar em estudos dos estágios iniciais do Mal de Parkinson, dos efeitos da medicações e da evolução dos sintomas motores. Em entrevista ao Circuito Mato Grosso, o acadêmico do 6º ano de Medicina da Unesp, Carlos Alberto dos Santos Filho, um dos responsáveis pelo estudo, explica que a pesquisa consiste em testar uma caneta biométrica inteligente denominada BISP (Biometric Smart Pen) criada pelo físico alemão Christian Hook.

Na fase inicial, realizada durante 2011 e concluída em março passado, os sinais captados pela caneta inteligente durante as tarefas motoras permitiram que um programa de inteligência artificial “aprendesse” a reconhecer portadores da doença.

Carlos Alberto conta que há menos de cinco canetas semelhantes no mundo e apenas dois deles em exercício, que são os utilizados no Brasil. “Este equipamento tem sido utilizado unicamente no Brasil para avaliação de sua possível utilização no diagnóstico e acompanhamento de pacientes com certos distúrbios motoros, como a doença de Parkinson”, frisa o pesquisador, observando que a coleta de dados clínicos e medições do biosensor são realizadas no ambulatório de distúrbios do movimento do Hospital das Clínicas da UNESP. Os dados biométricos são avaliados pela equipe de matemática aplicada da Regensburg University através de análise computacional. Fonte: CircuitoMT.

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