terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Pesquisadores da Northwestern University adicionam ao arsenal na luta do Parkinson

Novos compostos chamados de 'marco'
February 6, 2013 - Pesquisadores da Northwestern University disseram ter criado compostos que poderiam retardar os efeitos da doença de Parkinson, uma doença do cérebro que afeta cerca de 1 milhão de pessoas nos EUA

Os compostos de cálcio impedem o fornecimento de dopamina, produzida pelos neurônios, e que controla o movimento, sem causarem efeitos colaterais significativos, afirmaram os pesquisadores. O cálcio pode matar neurônios de dopamina, o que causa as perturbações do movimento, que são os principais sintomas da doença de Parkinson.

A pesquisa foi publicada em outubro na revista Nature Communications.

Os compostos ainda precisam ser submetidos a ensaios clínicos em seres humanos e testes de segurança adicional em animais antes de serem utilizadas pelo público. Mas eles são muito promissores, disse o Dr. James Surmeier, professor de fisiologia da Universidade Northwestern Feinberg School of Medicine. Ele ajudou a desenvolver os compostos.

"Tudo parece bem agora. Estamos muito animados, muito animados com os resultados", disse Surmeier. "É extremamente importante, mas ainda é um pouco cedo para falar."

Richard B. Silverman, professor de química na Universidade Northwestern e inventor da molécula que se tornou o conhecido medicamento Lyrica, que é usado no tratamento de convulsões, também ajudou a desenvolver os novos compostos.

A doença de Parkinson é crônica e progressiva, e possui como sintomas motores principais geralmente tremores e dificuldade de iniciar o movimento, disse Surmeier. Outros sinais da doença incluem o movimento mais lento ou uma tendência para os pacientes para “trançar” os pés.

"Há uma enorme necessidade de uma droga para retardar ou parar a progressão da doença", disse Surmeier. "Nós só temos paliativos. Não há meio eficaz de tratá-la."

Antes de morrer, esses neurônios de dopamina permitem a entrada do cálcio, que “estressam” os neurônios e pode causar-lhes a morte.

"O cálcio faz com que haja um tipo de “superaquecimento” e “desgaste” e elas (Células) começam a perder a energia e morrer, e tornam-se muito sensível à toxinas. Pensamos que, se pudéssemos fazer o cálcio parar de trabalhar, poderíamos ser capazes impedir as células de morrerem", disse Surmeier.

Anteriormente, em ensaio clínico nacional sobre a doença de Parkinson, testaram o impacto da isradipina, uma droga geralmente prescrita para a pressão arterial elevada. Mas a isradipina teve efeitos colaterais, incluindo desconforto do inchaço no tornozelo.

"Chegamos ao ponto em se que tinha uma idéia de como a doença evoluía. Tivemos um alvo, mas não conseguimos medicamentos adequados a humanos, sem efeitos colaterais", disse Surmeier. "Precisávamos de uma droga muito específica, sem efeitos colaterais cardiovasculares."

Surmeier disse que ele e seus colegas pesquisadores "encontraram uma classe de drogas que parecia terapêutica e fazia o que nós esperávamos", ou seja para alvejar seletivamente um canal de cálcio específico, desligá-lo e evitar que o cálcio inibisse os neurônios de dopamina.

"Nós fizemos uma descoberta, mas ainda há muito trabalho a ser feito. Temos que otimizar o projeto", disse Surmeier.

Ele e seus colegas planejam se concentrar para garantir que os compostos não sejam tóxicos para os animais e que possam ser usados na forma de pílula.

Dr. David Standaert, professor de neurologia da Universidade de Alabama em Birmingham, disse que o estudo é bem feito.

"É um trabalho trampolim", disse Standaert. "Eles deram um importante passo. O objetivo final é realizar ainda mais."

"Eles conquistaram um marco, mas não é o fim, por qualquer meio," Standaert acrescentou. "Eu acho que a idéia é promissora, e é uma nova abordagem. É uma primeira queda, mas não um nocaute". (original em inglês, tradução Hugo) Fonte: Chicago Tribune.

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