terça-feira, 4 de novembro de 2014

Por aí, no facebook...

Por Tania Garcia 
Às vezes eu deliro...fecho os olhos e imagino, um príncipe (não encantado), de verdade, chegando até meu castelo, não, no meu apê, subindo na torre...não...eu moro no térreo, bem, não importa, enfim, ele me salva do cativeiro e com sua espada, (ou lança, um pedaço de pau), termina com a farra do meu algoz, o Mr. Parkinson. Depois, juntos em seu cavalo branco, ou baio, fugimos a galope...não tem como,  a galope nessa cidade. Ah...o cavalo é alado, então flutuamos bem lá no alto, no azul do céu, e seremos livres e felizes até...que eu acorde do transe!!!

Texto extraído do facebook e publicado com anuência da autora.

-----------------------------------------------------------------------

por Vera Lucia C Peres 
"Se eu aceitar passivamente a doença, passo a me dopar, dopar, até sair do mundo".

A frase acima me chamou atenção. Se li ou ouvi de alguma pessoa, não saberei lhe afirmar – sei que a encontrei no meu baú virtual, quem me conhece sabe de minhas manias. Me deu vontade de escrever hoje, mesmo estando sem amigo que me dê sustentação.

Família, amigos, comunidade em que se vive, sociedade em geral, enfim, do universo de pessoas com as quais o parkinsoniano convive. Talvez o grupo mais difícil de lidar seja o de sua família. Gosto de citar que nem o ator Michel Fox, parkinsoniano que não conseguiu falar nem filmar experiências com família – realmente assunto delicado. Aí um dos conflitos maiores. Por exemplo, os que compõem dia a dia: muitas vezes não assimilam bem suas disfunções, dificuldades no andar, o travamento das pernas.

O “efeito on-off” chama atenção porque as pessoas não sabem que quando a levodopa é administrada, o doente fica exposto a manifestações que se diferem em reações, desencadeando congelamentos repentinos causadores de bloqueios que impedem o andar. Difícil explicar, mas, muitas vezes o doente não pede ajuda, persistindo em ser auto-suficiente. Aí um sério risco de quedas e problemas decorrentes.

Será que o estado emocional do doente interfere? Nem sei, mas fica impressão de que não se exercita sua vontade própria. Manha? Nem pensar. Cada um experimenta um tipo de sofrimento, por isso há que ser respeitado em suas dificuldades.
Aqui se depara com outros fatores a considerar como os “picos de deprê”, tendência de isolamentos, silêncio, acomodação, falta de coragem. Inseguranças que, se somadas, causam distúrbios sérios, melhores explicados por um bom neuro-psiquiatra. Seria interessante inteiração entre esses profissionais. Assunto polêmico esse.

Se considerar a lesão degenerativa do cérebro, os distúrbios depressivos e possíveis alucinações geradas por inteiração medicamentosa, dentre outros fatores, a atenção ao parkinsoniano deveria ser diferenciada. No início de meu tratamento no Sarah, ao participar de uma pesquisa sob orientação do Dr. Francisco Cardoso, e sob cuidados do Dr. Antônio Pedro, o neuro que me cuida, fui argüida quanto a sintomas de alucinações, impulsões, manias, ilusões, habilidades de abstração e raciocínio, conhecimentos gerais, depressão, ansiedade, sono, possíveis demências e outras perguntas ligadas a quadros psiquiátricos que porventura interferem na rotina de um paciente.

Texto extraído do facebook e publicado com anuência da autora.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Observamos que muitos comentários são postados e não exibidos. Certifique-se que seu comentário foi postado com a alteração da expressão "Nenhum comentário" no rodapé. Antes de reenviar faça um refresh. Se ainda não postado (alterado o n.o), use o quadro MENSAGENS da coluna da direita. Grato.