sábado, 31 de janeiro de 2015

Falta de medicamentos prejudica tratamento de Parkinson em Alagoas

Pacientes não recebem atenção adequada para conviver com a doença.
Secretaria Estadual de Saúde expõe que tratamento é burocrático.

Vídeo AQUI.

30/01/2015 - A falta de medicamentos e tratamento adequado está prejudicando as pessoas que sofrem com a doença de Parkinson em Alagoas. O drama se estende aos familiares que não conseguem encontrar uma saída para o problema. Este é o caso da família do aposentado Mário Correia Costa, 64, que enfrenta a doença há mais de 20 anos.

Diagnosticado com a doença ele mexe todo o corpo involuntariamente. “A doença atingiu meu corpo todo e eu não consigo fazer mais nada. Eu trabalhava de motorista fazendo lotação e hoje estou aqui impossibilitado”, conta.

Ele toma seis tipos de remédio por dia para controlar os sintomas. Três deles, ele paga do próprio bolso porque, segundo a família, há meses estão em falta nas farmácias do estado e do município. Esforço que resulta em um gasto de R$ 400 por mês, valor que corresponde a mais da metade da aposentadoria.

Mesmo medicado, o estado de saúde dele piorou muito porque os remédios não fazem mais o efeito esperado. O laudo médico de dois anos atrás mostra que Mário Correia precisa com urgência de um implante de eletrodo cerebral profundo e implante de gerador, procedimento cirúrgico avaliado em R$ 234 mil.

“Fui por quatro vezes na Defensoria Pública e diversas vezes na Secretaria de Saúde de Maceió, sem falar dos contatos que eu tive por telefone com a própria secretária. Estou buscando outros auxílios para que a gente consiga essa cirurgia o mais rápido que puder. Eu consegui um médico que disse que se eu conseguisse pelo menos o material que vai ser utilizado na cirurgia ele faria o procedimento de graça. E essa doação é necessária, sem esse material que vai ser utilizado na cirurgia realmente não adianta”, conta Mauricéia da Silva Costa, filha de Mário Correia.

Ao não realizar a cirurgia do paciente, o defensor público, Eduardo Lopes, diz que a prefeitura de Maceió descumpriu uma decisão judicial do ano passado, e que, agora, o processo foi transferido para uma Vara da Justiça Estadual.

"Este caso já foi objeto de recurso pela Defensoria Pública e esse recurso já foi distribuído a um desembargador do Tribunal de Justiça de Alagoas. O que é interessante a gente frisar é a falta de respeito dos entes públicos para com as decisões judiciais. A pessoa tem uma decisão judicial, tem um direito assegurado, mas não vê esse direito cumprido”, reclama o defensor ao enfatizar que mesmo assim é interessante que as pessoas procurem a Defensoria Pública para ajuizar uma demanda individual ou coletiva.

Os tremores da aposentada Cícera Maria de Oliveira Lins também aumentaram. E para atividades simples do dia a dia ela se tornou dependente do marido. A doença se agravou porque, há meses, a aposentada deixou de tomar duas das três medicações necessárias para retardar o avanço da doença. Ela conseguia os remédios nas farmácias municipal e estadual. "É sempre a mesma resposta: estamos aguardando. Quando atendem né? Porque tem vez que não atendem. E agora, da última vez, disseram que os medicamentos só chegam em fevereiro", conta Cícera Maria.

Preocupação
A médica neurologista, Cícera Pontes, que também é presidente da Associação Parkinson Alagoas, explica que a doença não tem cura, mas as medicações trazem qualidade de vida aos pacientes. O problema é que, para serem receitados, é necessária a realização de exames específicos o que, segundo ela, é mais uma deficiência do serviço público de saúde.

“Alguns pacientes não têm acesso ao tratamento. Podem até ter, mas demora muito. Se o paciente necessita da medicação hoje, vai ter que esperar ou entrar em contato com outras farmácias e pagar pelo remédio que tem um custo caro”, expõe a médica.

Justificativas
A Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) informa que o mandado de intimação para o tratamento médico hospitalar do paciente Mário Correia Costa tem como réu o município de Maceió e que o estado ainda não foi acionado em relação ao caso. No entanto, com o intuito de alertar a população sobre como agir em relação à requisição de procedimento cirúrgico, a Sesau esclarece que este paciente deverá procurar o complexo estadual regulador que, por meio tratamento fora de domicílio, irá orientar e ordenar o fluxo da requisição.

A Sesau informa ainda que o procedimento requisitado por este paciente, o implante de eletrodo cerebral, é contemplado pelo Sistema Único de Saúde (SUS), porém não realizado em Alagoas; o que exige regulação para encaminhamento para a efetivação do procedimento solicitado. Na ocasião, a Sesau ainda disse que no caso das cirurgias e dos exames, o paciente tem que procurar a Secretaria Municipal de Saúde e depois para passar pelo complexo regulador no estado para ser inscrito no tratamento fora de domicílio. E, só depois disso, ter a orientação e autorização para requisições.

Ajuda
Como o médico se ofereceu a fazer de graça a cirurgia do paciente Mário Correia, os familiares estão tentando levantar dinheiro para comprar o material necessário. Quem puder ajudar deve entrar em contato com a família do paciente através dos números: 9360-7716 / 9999-7043 / 9139-6181. Fonte: Globo G1.

Burocrático? No cu papagaio! Inumano!
Não sei o que é. Talvez seja a doença. A cada dia que passa fico mais enraivecido.

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