segunda-feira, 30 de março de 2015

Ana Cristina Ekerman, desafiando a moda com Adaptwear!


15 Dezembro 2014 - Em 2009, após passar por um câncer de mama, Ana Cristina Ekerman decidiu que queria e precisava mudar de estilo de vida. Mesmo durante seu tratamento, ela não parou de trabalhar, mas o fazia de casa, dentro de seus horários. Após o término do tratamento foi gerente geral de uma ONG trabalhando desde sua casa, experiência de trabalho que lhe propiciou posteriormente ter seu negócio próprio. Assim começou a Adaptwear!

(...)

Portal – Quem procura a Adaptwear?

Até o momento, nosso maior público vem de duas frentes: cadeirantes e pessoas com Parkinson. De qualquer forma, nosso público são pessoas que procuram uma moda que lhes ajude em seu dia a dia com conforto e beleza devido às funcionalidades/ adaptações que oferecemos em nossos produtos.

Portal – E seu interesse pelo envelhecimento?

Meu interesse pelo envelhecimento começou naturalmente convivendo com pessoas mais idosas como minha sogra e minha mãe. Minha sogra, desde o ano passado foi morar em uma casa de repouso, porque não tínhamos mais condições de cuidar dela da forma adequada devido a um Alzheimer já avançado. Convivendo com outros idosos da casa, percebi quantas dificuldades cada um deles pode ter devido à própria idade ou a doenças como Alzheimer, Parkinson, ELA ou AVC. Por isso, quando comecei a pensar na moda que queria lançar, também tive em mente este público, que também quer estar elegante e ser mais autossuficiente. Quando o idoso é autossuficiente e se sente bonito, o efeito em seu humor muda para melhor.

Portal – Quais são as principais adaptações das roupas?

São duas as principais funcionalidades e adaptações:

1) Adaptações funcionais de nossas peças de baixo (calças, saias, shorts e bermudas), como:

a) Cós mais alto atrás para evitar a aparição do “cofrinho” ao sentar-se.

b) Uso de tecidos leve com elastano para maior conforto.

c) Elástico na parte de trás para maior encaixe da peça junto ao corpo.

d) Modelagem especial (mais abaulada na parte de trás) que é ideal para cadeirantes ou usuários de fralda, porque torna a peça mais confortável.

e) Nada de bolsos ou áreas de pressão na parte de trás, para não machucar a pele.

f) Puxadores em argola, o que torna fácil o uso do zíper para quem tem restrições de mobilidade fina das mãos.

g) Aba protetora de zíper que evita o contato com a pele e possíveis machucados.

h) A calça e a bermuda longa masculinas oferecem bolso interno para coletor de urina com abertura para dreno. Esse bolso interno evita o constrangimento do idoso ter que estar com o coletor de urina aparente e facilita seu esvaziamento.

i) Fechamento de velcro disfarçado por botões, o que torna a manipulação de fácil uso para quem tem restrições de mobilidade fina das mãos e deixa a peça na moda, como uma peça qualquer. Ninguém percebe que a roupa é adaptada.


2) Adaptações funcionais de nossas peças de cima:

a) Regatas, vestidos e blusas femininas (fechamento de velcro nos ombros; fechamento por zíper nas laterais e puxadores em argola), tudo isso facilitando a vida de quem tem restrições de mobilidade fina das mãos.

b) Camisas femininas e masculinas (fechamento por velcro na vista e no punho das camisas e puxadores em argola. Fácil para quem tem restrições de mobilidade fina das mãos; uso de botões de enfeite onde há velcro. Assim a camisa parece uma peça “normal”; e abertura em toda a lateral da camisa, com fechamento por zíper. Fácil para vestir os braços).

Portal - Onde e como a Adaptwear atua?

Vendemos para todo o Brasil, porque o comércio eletrônico tem esta vantagem. A pessoa entra em nosso site www.adaptwear.com.br e escolhe sua roupa. Para ajudá-la, o site tem vários recursos:

a) Uma tabela de medidas para ajudá-la a entender qual seu tamanho de acordo com nossa modelagem.

b) Um zoom nas roupas para que a pessoa tenha uma maior percepção da qualidade de nossas roupas. Basta passar o mouse em cima da foto e a imagem ficará maior. A pessoa pode ver detalhes de acabamento, do tecido, etc.

c) Em algumas peças (camisas feminina e masculinas, calças e bermudas longas masculinas e moderadores) existe também um filme de demonstração de como estes produtos funcionam. Basta clicar na aba VÍDEO, que se encontra do lado das abas de DESCRIÇÃO e COMPOSIÇÃO, nas páginas dos produtos.

d) A pessoa então escolhe o tamanho e a cor do produto que quer comprar e finaliza a compra. Ela pode comprar de várias formas: no cartão de crédito em até 10 parcelas ou imprimindo e pagando um boleto bancário, com 5% de desconto.

Portal – Quais os maiores problemas enfrentados até o momento?

Não diria que tivemos “problemas”. Mas, sim, desafios. Entre eles 1) encontrar fornecedores de confecção, já que as peças são bem detalhadas e o volume de produção ainda é pequeno. Para isso tive a ajuda de uma profissional com experiência na área de confecção que me apresentou vários fornecedores; e 2) justamente fazer com que pessoas que estejam passando por um momento de restrição de mobilidade saibam da existência da oferta deste tipo de produto. Para isso, são de fundamental importância o trabalho junto às redes sociais e a parceria com terapeutas ocupacionais, associações e portais como o de vocês e formadores de opinião.

Portal – Tendo em vista o envelhecimento populacional, como vê o mercado?

O envelhecimento da população causa o aumento da existência de doenças que afetam a coordenação motora de seus pacientes, como Parkinson e Alzheimer, gerando a necessidade de elementos que auxiliem esta população e seus cuidadores a tornarem seu dia a dia mais simples. O Brasil ainda é um país que não olha muito para seus idosos, em termos de produtos, serviços e infraestrutura. Tendencialmente isto deve mudar já que a nossa população está ficando mais velha. O mercado do envelhecimento já é hoje um mercado bastante interessante e tende a se tornar ainda mais no futuro. Hoje, segundo o IBGE, a média de vida de uma pessoa no Brasil é de 74,9 anos - 12 anos a mais do que no início da década de 80. O Brasil tem cerca de 26 milhões de habitantes com mais de 60 anos, que representam 13% da população total do país. Segundo pesquisa realizada pelo Instituto Somatório, a renda total dos idosos no país é de R$ 7,5 bilhões. O Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (IPEA), assinala que em 2040 o país terá 56,7 milhões de idosos e 15% desta população precisará de algum tipo de ajuda em suas atividades cotidianas. Na última década, surgiram, pelo menos, 90 asilos por ano no Brasil. Hoje existem 3.548 asilos, dos quais somente 218 são públicos e 83 mil idosos vivem em asilos.

Esta tendência indica que existe uma boa parcela de idosos que precisa de cuidados especiais, com renda para gastar em cuidados para si mesma. Fonte: Portal do Envelhecimento.

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