terça-feira, 10 de março de 2015

Belo Horizonte ganha dia dedicado à prevenção da doença de Parkinson

09/03/2015 - Um dia dedicado a conhecer um pouco mais sobre o Parkinson. Essa é a proposta da Run For Parkinson’s, corrida programada para Belo Horizonte, no dia 12 de abril, em comemoração ao Dia Mundial da doença – celebrado no dia anterior.

A data, que é lembrada em todo mundo, homenageia o médico inglês James Parkinson que nasceu em 11 de abril de 1775 e realizou vários estudos sobre a enfermidade. O evento, realizado pela Associação dos Parkinsonianos de Minas Gerais (Asparmig) tem o objetivo de chamar a atenção da população para a doença neurológica, degenerativa e que compromete o controle motor do corpo.

Entre os sintomas característicos estão tremores, lentidão de movimentos e rigidez motora. “A doença associada a alguns dos sintomas pode afetar o corpo de forma assimétrica (apenas de um lado) e avançar ao longo dos anos”, explica o professor especialista em neurologia da Faculdade Ciências Médicas de Minas Gerais, Gustavo Daher.

Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) mostram que a doença de Parkinson acomete 1% da população mundial acima dos 65 anos de idade. “A população envelhece e, com isso, cresce o número de pessoas com a doença. Mas vale ressaltar que o Parkinson acomete tanto pacientes idosos quanto jovens”, destaca a professora especialista em neurologia da Universidade Federal de Minas Gerais, Sarah Teixeira Camargos.

Em equipe
O tratamento para a doença, que não tem cura, conta com medicamentos específicos, além de uma equipe multidisciplinar de profissionais da área de saúde. “Fonoaudiólogos, fisioterapeutas e vários outros especialistas têm a função de não deixarem os sintomas, que são progressivos, afetarem a qualidade de vida do paciente”, ressaltou Daher.

O assessor em educação, Mário Zam, de 63 anos, encontra nos exercícios físicos uma forma de manter amenizar os efeitos da doença. “Minha rotina diária de trabalho não mudou. Consigo mantê-la, mesmo com as limitações que o Parkinson impõe ao longo da vida”, contou.

Uma esperança para os pacientes está nos estudos com células-tronco. “O tratamento celular pode ser positivo porque estamos falando de uma substância química específica, a dopamina. É ainda algo experimental e a doença não tem um tratamento ou cura. Mas, a cada ano, os estudos referentes ao Parkinson avançam”, reforça o neurologista Gustavo Daher.

Grupo de apoio ajuda a superar desinformação e preconceito
Há cinco anos, a educadora Janette Melo Franco, de 53 anos, descobriu ser portadora de Parkinson. O alerta para a doença foi dado com o surgimento do primeiro sintoma motor: a rigidez dos músculos. “Eu percebi essa lentidão de movimentos e, antes que piorasse, procurei orientação de um neurologista e um ortopedista”, contou.

Logo que teve a confirmação para a doença, Janette buscou por informações. Percebendo a falta de suporte para pacientes e familiares, ela decidiu expandir os trabalhos da Associação dos Parkinsonianos de Minas Gerais (Asparmig).

“O grupo de apoio nasceu da necessidade de esclarecer o que é o Parkinson, conviver com os iguais e ser aceito pelo outro, sem preconceito. O mais importante de tudo é que, na Asparmig, pacientes, amigos e familiares lidam com a doença e têm informação necessária para superá-la”, ressaltou.

Dicas
Para viver com Parkinson, as atividades regulares são primordiais. “O tratamento multidisciplinar é complementar à medicação. O que nos dá qualidade de vida são os exercícios regulares, e os atendimentos especializados nos ajudam na vivência em sociedade e na independência”, explicou.

Janette conta que um dos prazeres descobertos durante o tratamento foi o valor da dança. “Ajuda a manter a consciência corporal, o ritmo e o equilíbrio, além de elevar a auto estima”. A paixão pela leitura também auxiliou. “Escrever é uma terapia, ajuda a contar um pouco do que estamos passando”, comentou. Fonte: Record R7.

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