sexta-feira, 6 de março de 2015

Os Cuidados de Enfermagem no Mal de Parkinson

5 de Março de 2015 - A Doença de Parkinson é caracterizada pela morte dos neurônios que produzem a dopamina, substância responsável pelo controle da coordenação motora e dos movimentos voluntários no corpo humano.

Mesmo com as inúmeras pesquisas que são feitas em todo o mundo, as causas desta morte ainda são desconhecidas.

Os principais sintomas da doença são tremores involuntários nas mãos, rigidez muscular e lentidão de movimentos. A rigidez muscular afeta o rosto, braços, pernas e até o pescoço.

O rosto fica rígido e parece estar congelado. Vale lembrar que a lentidão de movimentos nem sempre é notada de imediato pelas pessoas.

O Parkinsoniano demora mais tempo para realizar tarefas como se banhar, vestir-se, cozinhar ou escrever.

A doença atinge principalmente pessoas com mais de 50 anos, com uma pequena predominância nos homens.

Quando os primeiros sintomas são diagnosticados, já houve um comprometimento de cerca de 50% a 60% dos neurônios dopaminérgicos do cérebro.

Nas fases mais avançadas, a doença de Parkinson pode comprometer a vida do paciente, uma vez que a falta de controle dos movimentos pode resultar em dificuldade na deglutição dos alimentos, além de enfraquecer o organismo e abrir espaço para doenças oportunistas.

O apoio da família é essencial para que o paciente viva melhor com a doença de Parkinson.

Processo de Enfermagem

A enfermagem tem um papel importante no tratamento da doença de Parkinson, devendo esta observar e avaliar como a doença afetou as atividades da vida diária, as capacidades funcionais do paciente e as respostas aos medicamentos.

Os pacientes são observados para o grau de incapacidade e para as alterações funcionais que ocorrem durante o dia, como as respostas ao medicamento.

Quase todo paciente com um distúrbio de movimento apresenta alguma alteração funcional e pode exibir algum tipo de disfunção comportamental.

Durante essa avaliação, a enfermeira observa o paciente quanto à qualidade da fala, perda da expressão facial, déficit de deglutição, tremores, lentidão dos movimentos, fraqueza, postura anterógrada, rigidez, evidência de lentidão mental e confusão.

O profissional de enfermagem deve estar direcionado em promover o bem estar, baseados nas prevenções dos agravos patológicos através de uma relação interpessoal que possa produzir mudanças e crescimento intra-individual para a conquista dos objetivos dos cuidados.

Deve-se ainda orientar aos Parkinsonianos que é importante a compreensão de que seu corpo esta limitado para realizar algumas atividades, mas que isso não significa impossibilidade de estabelecer objetivos adequados as suas capacidades.

Diagnóstico de Enfermagem

Os principais diagnósticos de enfermagem do paciente podem incluir os seguintes itens:

Mobilidade física comprometida relacionada com rigidez muscular e fraqueza motora
Déficits de autocuidado relacionados com o tremor e o distúrbio motor
Constipação relacionada com o medicamento e atividade reduzida
Nutrição alterada, ingestão menor que as necessidades corporais relacionados com o tremor, lentidão na alimentação, dificuldade na mastigação e deglutição
Comunicação verbal prejudicada relacionada com o volume diminuído e lentidão da fala
Incapacidade para mover os músculos faciais
Enfrentamento ineficaz relacionado com a depressão e disfunção decorrente da progressão da doença
Planejamento e Metas a Serem Cumpridas

As metas para o paciente podem incluir:

Melhora da mobilidade funcional
Manutenção da independência nas atividades da vida diária
Obtenção da eliminação intestinal adequada
Obtenção e manutenção do estado nutricional aceitável
Obtenção da comunicação efetiva e desenvolvimento de mecanismo de enfrentamento positivo
Prescrição de Enfermagem

Melhorando a Mobilidade

Um programa de exercícios diários aumentará a força muscular, melhorando a coordenação e a destreza, reduzirá a rigidez muscular e evitará as contraturas que ocorrem quando os músculos não são utilizados.

Caminhar, exercitar-se em bicicleta ergométrica, nadar e fazer jardinagem são todos exercícios que ajudam a manter a mobilidade articular.

Os exercícios de alongamento e de amplitude de movimentos promovem a flexibilidade articular.

Os exercícios posturais são importantes para conter a tendência da cabeça e do pescoço de se deslocarem para diante e para baixo.

Um fisioterapeuta pode ser valioso no desenvolvimento de um programa de exercício individualizado e pode fornecer instruções para o paciente e para o cuidador sobre o modo de realizar os exercícios com segurança.

Técnica especial de caminhada deve ser aprendido para contrabalançar a marcha arrastada e a tendência para se inclinar para diante.

O paciente é ensinado a se concentrar em caminhar ereto, olhar para o horizonte e usar uma marcha com base ampla (caminhar com os pés separados).

Um esforço consciente deve ser feito para oscilar os braços, elevar o pé enquanto caminha e usar um posicionamento do pé do calcanhar para os dedos, com passadas largas.

Estimulando as Atividades de Autocuidado

Encorajar, ensinar e apoiar o paciente durante as atividades da vida diária promovem o autocuidado.

Os pacientes podem ter graves problemas de mobilidade que impossibilitam as atividades normais.

Aparelhos da adaptação ou de assistência podem ser úteis.

Um terapeuta ocupacional pode avaliar as necessidades do paciente em casa e fazer recomendações em relação aos aparelhos de adaptação e ensinar o paciente e o cuidador sobre como improvisar.

Melhorando a Eliminação Intestinal

O paciente pode ter graves problemas com constipação.

Entre os fatores que causam a constipação estão a fraqueza dos músculos usados na defecação, falta de exercícios, ingestão inadequada de líquidos e atividade diminuída do sistema nervoso autônomo.

Os medicamentos utilizados para o tratamento da doença também inibem as secreções intestinais normais.

Uma rotina intestinal regular pode ser estabelecida encorajando-se o paciente a seguir um padrão de horário regular, a aumentar conscientemente a ingestão de líquidos e a ingerir alimentos com um conteúdo de fibra moderado.

Melhorando a Nutrição

Os pacientes podem ter dificuldade para manter seu peso. a alimentação torna-se um processo muito lento, exigindo concentração devido à boca seca por causa dos medicamentos e dificuldade para mastigar e deglutir.

Monitorar o peso semanalmente indica se a ingestão calórica é adequada.

As alimentações suplementares aumentam a ingestão calórica.

Melhorando a Comunicação

Sua fala suave, baixa e monótona exige que façam um esforço consciente para falar lentamente, com atenção deliberada para o que estão dizendo.

Os pacientes são lembrados a ficar de frente para o ouvinte, exagerar a pronúncia das palavras, proferir frases curtas e empreender algumas respirações profundas antes de falar.

Um fonoaudiólogo pode ser valioso ao idealizar os exercícios de melhora da fala e ao auxiliar a família e os profissionais de saúde a desenvolver e usar um método de comunicação para satisfazer as necessidades do paciente.

Apoiando as Capacidades de Enfrentamento

O suporte pode ser dado ao encorajar o paciente e apontando quais atividades estão sendo mantidas através da participação ativa.

Uma combinação de fisioterapia, terapia medicamentosa e participação em grupos de apoio pode ajudar a reduzir a depressão que acontece com freqüência.

Os paciente são assistidos e encorajados a estabelecer metas passível de atingir.

Como o Parkinsonismo tende a levar ao isolamento e à depressão, os pacientes devem ser participantes ativos em seus programas terapêuticos, inclusive nos eventos sociais e de lazer. Fonte: Padrão Enfermagem.

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