terça-feira, 7 de abril de 2015

Dopamina, o neurotransmissor que está por trás da doença

A doença de Parkinson é uma lesão no tronco cerebral responsável pela produção de substâncias, entre elas a dopamina, que tem papel importante no humor e equilíbrio das pessoas



06/04/2015 - Dia 4 de abril foi a data escolhida para ser lembrada como o Dia do Parkinsoniano, aquele que sofre do mal de Parkinson, doença degenerativa, com objetivo de alertar quanto a seus sintomas e o tratamento dessa doença, que afeta principalmente pessoas na terceira idade. A origem da data escolhida está no dia do nascimento do médico inglês James Parkinson, que foi o primeiro médico a fazer análise e descrição da doença no ano 1817.

Segundo a Organização Mundial da Saúde, cerca de 1% da população com mais de 65 anos tem a doença. No mundo todo, mais de quatro milhões de pessoas são afetadas e no Brasil estima-se que cerca de 200 mil pessoas com mais 60 anos sejam portadoras da doença que foi descrita pela primeira vez na Inglaterra, pelo médico James Parkinson.

O Parkinson é uma doença degenerativa do sistema nervoso central, causada pela deterioração progressiva das células nervosas da parte do cérebro que controla o movimento muscular. Conforme o neurologista de São Miguel do Oeste Grover Ronald Pardo Holzwarth a doença de Parkinson é neurológica e altera os movimentos do paciente. “O principal sintoma da doença é o tremor, mas não é a única característica. Tem uma tríade, que é o tremor, alteração de marcha e rigidez”, explica Holzwarth.

Os primeiros sinais que o paciente nota é a lentidão nos movimentos, conhecida como a bradicinesia, classificando-se inclusive como o quarto sintoma da doença. “Essa bradicinesia é um quarto sintoma importante. Da mesma maneira, o paciente fica lento nos movimentos físicos, também fica lento na cabeça, um bradipsiquismo”, explica.

Sobre uma possível relação com a doença Alzheimer, Holzwarth compara que a maioria dos casos de pacientes parkinsonianos acabam evoluindo para um tipo de demência, não necessariamente a mesma do Alzheimer. “Se pergunta se a demência é Alzheimer ou acontece decorrência do Parkinson. Acontece por esses mecanismos da doença, a falta da dopamina”, explica. O neurologista menciona que uma doença não tem relação com a outra, mas muitos pacientes com Mal de Pakinson que convivem por anos com a doença acabam evoluindo para um tipo de demência que por vezes pode ser confundida ou assemelhada com o Alzheimer, que é uma doença degenerativa.

Mal de Parkinson, também chamado de rigidez tremulante, atinge principalmente pessoas acima de 60 anos. Porém há casos em pessoas jovens, aí conhecido como Parkinsonismo Juvenil. O neurologista observa que não há uma causa específica da doença, mas sabe-se o que a doença afeta. “Tem uma degeneração de uma região do cérebro que é responsável pela coordenação dos movimentos finos, uma área no tronco cerebral. Quando núcleos localizados na região começam a morrer, núcleos esses responsáveis pela produção de substância, como por exemplo, a dopamina, esta deixa de ser produzida, e deixando de ser produzia, todo sistema motor é perturbado gravemente”, explica.

Com a progressão da doença, Holzwarth menciona que o paciente pode apresentar alterações do comportamento. “Então tem casos de depressão, alucinações, pacientes psicóticos, determinadas compulsões. Não é específico da doença, alguns são consequências da medicação. Alguns apresentam compulsões por jogos ou por compras também. Ou seja, em uma mesma doença, se tem alterações motoras e não motoras”, observa o neurologista. Como não tem cura, o mal de Parkinson depende de tratamento sintomático para amenizar os sintomas da doença.

Ao contrário do que a maioria das pessoas pensa, já que é o sinal mais chamativo, o tremor em decorrência da doença é o sintoma mais fácil de tratar. Por outro lado, a rigidez é o sintoma mais complicado para tratar, o qual necessita, além de medicação, cuidados com alimentação e fisioterapia. “O tratamento é medicamentoso, alimentar, já que muitas medicações entram em conflito com determinados alimentos, fisioterapia e reabilitação do paciente”, lista Holzwarth.

Dopamina
A dopamina é uma substância química liberada pelo cérebro que desempenha uma série de funções, incluindo prazer, recompensa, movimento, memória e atenção. Doença de Parkinson e dependência de drogas são alguns dos problemas associados com os níveis de dopamina anormais. A dopamina fornece a sensação de bem-estar, tais como prazer, apego e amor. Também permite que a pessoa integre pensamentos e sentimentos, por exemplo, dando a capacidade de se concentrar ou se concentrar em tarefas cognitivas. “A dopamina, por exemplo, para manter o humor normal, precisa de uma determinada quantidade no organismo. Tanto que a maioria dos antidepressivos recaptam a produção da dopamina. A dopamina mantém a pressão, a estrutura do movimento para que este seja feito de forma harmônica”, exemplifica o neurologista.
Bloqueio de dopamina

Salientando que o Mal de Parkinson é causado pela falta de produção da dopamina, o Holzwarth menciona que é possível bloquear a produção de dopamina com remédios encontrados facilmente na rede pública, aqueles indicados para tratamento de labirintite. “Aqui entram as famosas labirintites. Uma senhora de 70 anos, por exemplo, chega no médico e diz que está tonta, ela tem tudo, menos labirintite. Ela tem um problema neurológico, mas aí receita-se a ela um remédio para labirintite. Esse remédio bloqueia a dopamina imediatamente. Esses remédios são indicados para tomar até dez dias. Porém, por vezes se aumenta o uso, e uma doença que seria branda se tem potencializada até 20x. Então uma das causas é o Parkinson induzido por remédios”, argumenta.

Segundo pesquisas recentes, o uso contínuo de certos medicamentos, para tratamento da labirintite, como tonturas, vertigens ou zumbidos, indicados para pessoas acima de 40 anos, podem induzir sintomas, associados ao Mal de Parkinson. Esse problema pode ocorrer com medicamentos do tipo flunarizina e cinarizina. “A hora que você bloqueia a produção de dopamina, desencadeia a doença de Parkinson”, declara Grover. Fonte: Jornal O Líder.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Observamos que muitos comentários são postados e não exibidos. Certifique-se que seu comentário foi postado com a alteração da expressão "Nenhum comentário" no rodapé. Antes de reenviar faça um refresh. Se ainda não postado (alterado o n.o), use o quadro MENSAGENS da coluna da direita. Grato.