quinta-feira, 30 de abril de 2015

Maldade é pré-disposição humana e cadeia não ressocializa, diz neurologista

Especialistas debatem o cérebro humano em congresso que vai até sábado na Fiergs

30/04/2015 - Em entrevista à Rádio Gaúcha, um neurologista carioca polemizou, ao afirmar que a política pública instituída no sistema prisional é equivocada. “Não adianta gastar fortunas para recuperar alguém que é mau por natureza”, afirmou Ricardo de Oliveira Souza, da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio).

Ele acredita que 50% da maldade vem dos descendentes, e portanto é “mitologia” tentar ressocializar todos os criminosos: “A realidade é que não tem jeito, ele é mau por natureza. Se estuprou, vai sair da cadeia e estuprar de novo. Se não separa o joio do trigo, vai contaminar os possíveis recuperáveis”.

Souza participou nesta tarde do Congresso Mundial do Cérebro, Comportamento e Emoções, que acontece na Fiergs até o dia 2 de maio. Nomes importantes de pesquisas relacionadas à neurologia estão na Capital gaúcha, como Jean Decety, psicólogo e psiquiatra da Universidade de Chicago.

Uso da maconha

As drogas psicoativas também foram tema do Congresso. O psiquiatra Leonardo Paim falou sobre os malefícios da maconha. Ele ponderou que os maus causados por cada droga podem variar de pessoa para pessoa, mas ressaltou que a canábis, com todos seus componentes, faz mal à saúde e não traz nenhum benefício ao corpo:

“A maconha já tem comprovados efeitos nocivos em longo prazo. Em termos físicos, problemas hormonais e respiratórios. Do termo psiquiátrico, piora na cognição, modificações cerebrais e risco aumentado de sintomas psicóticos e até esquizofrenia. Ela muda o tamanho do cérebro, então sim, ela afeta os neurônios, o que é preocupante”.

Doença degenerativa do cérebro, que afeta principalmente a terceira idade, o Alzheimer tem números alarmantes no Brasil. Paulo Caramelli, um dos coordenadores do encontro, é professor de medicina na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), disse que o país está a frente da maioridade das outras nações, devido a baixa taxa de leitura dos brasileiros. “baixa escolaridade, falta do hábito de ler um livro atrás do outro, falta do convívio social entre os idosos, etc. Estes são exercícios que ajudam o cérebro, e fazem com que o Alzheimer apareça mais tarde, ou nem se manifeste”.

Caramelli traz ainda dados sobre a evolução da doença com o avanço da idade. De 5% a 10% da população acima de 65 anos tem alguma demência. Destes, metade tem Alzheimer: “e a cada 5 anos a frequência dobra. Aos 80 anos, até 30% da população tem Alzheimer”.

A entrada para assistir as palestras do Congresso do Cérebro, na Fiergs, zona norte de Porto Alegre, são gratuitas. Fonte: Zero Hora.

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