sábado, 11 de abril de 2015

Óculos de realidade virtual ajuda pacientes de Parkinson a voltar a andar

Tecnologia israelense chamada de GaitAid pode revolucionar a vida de pessoas com doença de Parkinson

São Paulo - Voltar a caminhar depois de ter o equilíbrio corporal comprometido pelo avanço da doença de Parkinson parecia um sonho distante para milhares de pessoas que sofrem a síndrome degenerativa, ainda sem cura. Parecia, pois o sonho pode virar realidade. Um dispositivo de realidade virtual de alta tecnologia chamado GaitAid está ajudando pacientes a caminhar com segurança novamente.
 
O fundamento que permitiu o desenvolvimento da tecnologia de imagens ópticas, que ajuda o observador andar e estabilizar seu movimento no espaço, foi descoberto a partir de uma pesquisa realizada na NASA com pilotos de helicópteros. Basicamente, os óculos simulam um caminho virtual que coordena e ritma a passada do usuário, desencadeando uma resposta neurológica.

Estudos mostraram que o uso do dispositivo, um óculos ligado a um aparelho que lembra um celular, pode reestruturar o cérebro para contornar as áreas danificadas pela doença de Parkinson, e outros distúrbios do movimento. Foi registrada melhoria em cerca de 80% dos pacientes testados, com apenas duas semanas de treino, e sessões diárias de cerca de 30 minutos.

A comunidade médica comemora. “É o melhor resultado de uma técnica segura, eficaz e não-farmacológica para ajudar pacientes a andar melhor desde que a doença foi descoberta em 1817, por James Parkinson”, afirma o neurocirurgião e pesquisador da Divisão de Neurocirurgia Funcional do Instituto de Psiquiatria do Departamento de Neurologia da Faculdade de Medicina da USP, e um dos maiores especialistas no tema, Erich Fonoff.

A reação animada dos pesquisadores tem motivo. A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que cerca de seis milhões de pessoas convivam com a síndrome em todo mundo. Entretanto, alguns especialistas acreditam que o Parkinson é uma espécie de "iceberg " à espreita, não sendo detectado em 20 pessoas para cada paciente conhecido. Independentemente de uma dimensão subestimada, o fato é que a prevalência da doença deve dobrar, em 20 anos, nos 16 maiores países do mundo, incluindo o Brasil, que tem pelo menos 350 mil pacientes.

O tratamento para os sintomas da doença mais comumente indicado pelos médicos são remédios que reestabelecem a dopamina no cérebro, mas após um certo tempo de uso, sua ação é limitada. “Apesar da eficácia comprovada em diversas pesquisas, os óculos de realidade virtual ainda são uma novidade no Brasil. O desconhecimento de como ele funciona, e os resultados alcançados, desestimula a indicação dos médicos”, analisa Fonoff.


Segundo os especialistas, a alteração da marcha piora a medida que a doença de Parkinson avança, então tratá-la é fundamental para a qualidade de vida do paciente, pois a perda de equilíbrio gera quedas frequentes. Situação potencialmente perigosa, e que pode ser até mesmo fatal, para pessoas a partir dos 60 anos, exatamente a faixa etária onde a incidência da doença passa a aumentar significativamente.

A cura definitiva da doença de Parkinson ainda está longe, garantem os médicos. “Quando soubermos porque uma célula morre vamos estar a um passo da descoberta da longevidade”, diz o pesquisador. Mas sobre a nova tecnologia, é possível parafrasear o americano Neil Armstrong, que ao pisar na lua disse: “Um pequeno passo para o homem. Um salto para a humanidade”. O GaitAid pode ser apenas um passo para a humanidade em direção a tão sonhada longevidade, porém é equivalente a um salto olímpico na vida de quem não consegue mais andar.

Recebido por email.

Um óculos com tecnologia de realidade virtual aumentada pode ajudar pacientes portadores da doença de Parkinson a voltar a andar. 

A síndrome, que atinge cerca de seis milhões pessoas, de acordo com as estimativas da Organização Mundial da Saúde (OMS), está longe da cura, mas novas tecnologias estão contribuindo com a qualidade de vida das pessoas que precisam conviver com a doença.

É o caso do GaitAid, descoberto a partir de uma pesquisa realizada na NASA com pilotos de helicópteros. Basicamente, os óculos simulam um caminho virtual que coordena e ritma a passada do usuário, desencadeando uma resposta neurológica.


Seu uso possibilitou uma melhoria em cerca de 80% dos pacientes testados, com apenas duas semanas de treino, e sessões diárias de cerca de 30 minutos. “É o melhor resultado de uma técnica segura, eficaz e não-farmacológica para ajudar pacientes a andar melhor desde que a doença foi descoberta em 1817, por James Parkinson”, afirma Erich Fonoff, neurocirurgião e pesquisador da Divisão de Neurocirurgia da Faculdade de Medicina da USP e um dos maiores especialistas no tema.

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