quarta-feira, 15 de abril de 2015

Se movimentar durante os sonhos pode indicar Parkinson

14 de abril de 2015 - Um distúrbio raro de sono que faz com que as pessoas se mexam, gritem, falem, etc durante os sonhos pode ser o primeiro indício de uma doença neurológica mortal (n. do e.: Do parkinson não se morre. Se morre com ele), diz uma publicação do portal americano ‘LiveScience’ que cita uma nova pesquisa.

Aproximadamente a metade das pessoas com a condição conhecida como “Desordem de Comportamento do Movimento Rápido dos Olhos (RBD)” vão desenvolver Mal de Parkinson ou uma condição semelhante em até uma década após o diagnóstico da RBD. O estudo identificou que eventualmente, quase todos os portadores da RBD vão desenvolver alguma desordem neurológica.

“Se você tiver essa desordem e viver o suficiente, você provavelmente vai ter Mal de Parkinson ou uma condição similar a essa – é quase que um sinal de alerta”, disse Michael Howell, professor de neurologia na Universidade de Minnesota e coautor do estudo publicado no último dia 13 de abril no “JAMA Neurology”.

O principal sintoma da RBD é a movimentação durante o período do sono conhecido por “rápido movimento dos olhos” (REM), quando a maioria dos sonhos acontece e os músculos estão normalmente paralisados pelo tronco cerebral. Pessoas com RBD, acredita-se, possuem um problema de mal funcionamento no tronco cerebral que permite que eles se movam durante o sono REM, e então ajam de acordo com seus sonhos, diz o estudo.

Pessoas com RBD descrevem sonhos vívidos, e acabam movimentando as mãos bruscamente, dando socos, pontapés e até mesmo pulando para fora da cama. A doença representa um risco sério para o companheiro de cama, disse Howell. A doença foi descrita pela primeira vez em 1980, e é distinta do sonambulismo. De acordo com o especialista, afeta 0,5% da população – ou 35 milhões de pessoas em todo o mundo.

Para saber se o RBD era, de fato, um sinal precoce da doença de Parkinson e distúrbios semelhantes, Howell e seus colegas vasculharam mais de 500 estudos sobre o tema publicados entre 1986 e 2014. Surpreendentemente, eles descobriram que entre 81 e 90% dos pacientes com RBD desenvolviam a doença degenerativa no cérebro durante suas vidas.

A doença de Parkinson é causada pela repartição de certas proteínas chamadas de alfa-sinucleínas, em neurônios. Essas proteínas produzem a dopamina, substância química que produz sensações agradáveis em resposta às atividades gratificantes. Pode ser que a RBD resulte dos primeiros estágios de decomposição da alfa-sinucleína no cérebro, de modo que pode ser um sinal útil de alerta de Parkinson, disse Howell. No entanto, nem todos que desenvolvem a doença de Parkinson têm RBD.

As descobertas podem ajudar os médicos a encontrar uma maneira de tratar a doença de Parkinson enquanto ela ainda está em seus estágios iniciais. A RBD não é curável, mas pode ser tratada com altas doses de melatonina (que ajuda no sono) ou baixas doses de clonazepam (fármaco que combate a ansiedade). Pacientes com RBD também devem tomar medidas para evitar possíveis fontes de lesão. “É muito importante que o ambiente do quarto seja tornado o mais seguro possível, por meio da remoção de objetos que podem ser tomados ou utilizados como armas”, disse Howell.

A Doença de Parkinson não é curável, mas pode ser tratada com drogas. Além disso, uma terapia experimental conhecida como “estimulação cerebral profunda” mostrou-se promissora em alguns pacientes. Fonte: Climatologia Geográfica.

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