Os portadores de DP relatam com muita freq��ncia que nas consultas m�dicas s�o comuns perguntas como: �sua vida era muito agitada? Costumava fazer v�rias coisas a um s� tempo?� Mesmo profissionais convictos que �doen�as� por vezes s�o apenas um �r�tulo�, freq�entemente atribuem aos parkinsonianos uma vida pregressa �acelerada�. Nessa mesma linha de argumenta��o, que busca no comportamento do pr�prio paciente a causa da doen�a, h� os que acreditam numa �fuga �s responsabilidades�, ao serem informados, por exemplo, que o tremor diminui quando o portador de DP retira-se para o campo ou desloca-se para uma praia.
Sobre essa quest�o Susan Sontag publicou um livrinho que merece ser citado:
�As teorias psicol�gicas da doen�a s�o um meio poderoso de p�r a culpa no doente. Os pacientes que est�o instru�dos no sentido de que, involuntariamente, causaram sua pr�pria doen�a, tamb�m est�o sendo levados a sentir que eles a mereceram.� p. 73
�A no��o de que uma enfermidade s� pode ser explicada por uma variedade de causas � precisamente caracter�stica da maneira de avaliar as doen�as cuja causa n�o � compreendida. E s�o as doen�as das quais se acredita terem m�ltiplas causas (isto �, doen�as misteriosas) que re�nem as maiores possibilidades de serem usadas como met�foras para o que se considera social ou moralmente errado.� p. 79
Fonte: SONTAG, Susan. A doen�a como met�fora. Edi��es Graal. Rio de Janeiro. 1984.
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