domingo, 8 de maio de 2005

O dia em que Deus criou a mãe



Deus dedicou o sexto dia da criação para sua mais perfeita obra: a mãe

Quando Deus estava criando seu protótipo de mãe, um anjo curioso quis saber por que ele estava demorando tanto. Afinal, já era o sexto dia da Criação e muitas coisas ainda precisavam ser feitas.

Por que então perder tanto tempo com essa criatura?

"Ora bolas, você leu as especificações desse pedido?", Deus respondeu, meio chateado pela interrupção.
"Ela deve ser durável, mas não pode ser de plástico.
Deve ter 180 partes móveis e inquebráveis.
Seu beijo deve curar tudo, de braço quebrado a coração partido.
Deve ter seis pares de mãos..."

O anjo balançou a cabeça. " O quê?! Seis pares de mãos? Ah, isso não vai dar certo..."

"Não são as mãos que estão me preocupando", explicou o Criador.
"São os três pares de olhos..."

"Mas isso não é um exagero?", perguntou o anjo.

Deus balançou a cabeça negativamente.

"Bem, ela precisa de um par de olhos com raio X para ver através das portas fechadas e já saber a resposta quando perguntar 'O que você está fazendo aí dentro meu filho?
Outro atrás da cabeça, para ver o que ela não deveria mas precisa ver e, é claro, os olhos do rosto, para encarar o filho quando ele fizer alguma patetada e dizer: 'Eu compreendo e te amo', sem precisar abrir a boca."

"Mas isso é muito complicado, meu Deus. Acho melhor o Senhor ir dormir", sugeriu o anjo.
"Amanhã, com a cabeça fresca, o Senhor pensará melhor..."

"Não dá... Estou tão perto de criar algo tão parecido comigo que não posso parar agora.
Eu já consegui que ela se cure a si mesma quando ficar doente...
E o mais impressionante: ela consegue fazer um menino de oito anos ficar embaixo do chuveiro!

O anjo deu uma volta ao redor do protótipo de mãe, observando-a atentamente.
"Ela parece ser tão frágil..."

"Mas não é! Você não imagina o que uma mãe será capaz de fazer ou aguentar."

"Ela pensa?"

"Não só pensa como também pode julgar, ensinar e aconselhar."

Finalmente, o anjo passou os dedos pela face da mãe e notou que estava úmida.
"Epa! Tem um vazamento aqui", disse o anjo.
"Eu bem que avisei o Senhor pra não tentar colocar muita coisa neste protótipo que isso poderia causar algum defeito..."

"Isso não é um vazamento", disse o Senhor.
"Isso são lágrimas."

"Ah, é? E pra que servem?"
"São para as horas de alegria, tristeza, desapontamento, dor, solidão e orgulho."

"Meus Deus! O Senhor é um gênio!", disse o anjo.

Foi então que Deus ficou meio encabulado.
E confessou: "Sabe de uma coisa?
Não fui eu quem colocou isso aí."

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