O cérebro de Eduardo Giannetti
Notícia da edição impressa de 16/09/2010 - A grande fronteira do enigma que é a condição humana é o que representa a relação entre mente e cérebro, na opinião do economista e cientista social Eduardo Giannetti da Fonseca, palestrante do Fronteiras do Pensamento nesta semana.Filósofos e teólogos debatem essa questão há cerca de três mil anos sem chegar a uma resposta concreta. Para os pensadores da corrente “fisicalista”, o cérebro prevalece sobre a mente, responsável pela nossa realidade subjetiva. Já os da corrente “mentalista” discordam. Giannetti usa este tema como pano de fundo da história de um homem que, após sofrer um derrame, parte em uma busca insaciável pelo autoconhecimento. O resultado é o livro A ilusão da alma - biografia de uma ideia fixa, uma mistura de ensaio e ficção. Após a publicação de vários periódicos especializados e de obras como Vícios privados, benefícios públicos?; Autoengano; Felicidade; O valor do amanhã; e O livro das citações – um breviário de ideias replicantes, esta é sua estreia na literatura ficcional. Confira uma entrevista com o autor a seguir: (...)
Panorama - O que representa essa relação entre mente e cérebro? A que tipo de conclusão já podemos chegar?
Giannetti - À grande fronteira do enigma que é a condição humana. Nós podemos estar em estágio de enorme desconhecimento ao que se passa conosco. Assim como o homem pré-científico primitivo tinha muitas fantasias e ideias equivocadas sobre a natureza externa, é muito possível que nós, a essa altura do campeonato, ainda tenhamos ideias tão equivocadas quanto às deles sobre nós mesmos.
Panorama - Na prática, como isso pode mudar nossas vidas?
Giannetti - Envolve dois aspectos: um é a nossa autocompreensão, nós vamos descobrir que muitas vezes achamos que estamos no controle e na verdade estamos sendo controlados por processos e forças que desconhecemos em nós. Então tem um aspecto cognitivo de mudança na maneira como nós nos surpreendemos. E tem o lado tecnológico. Já estão aumentando muito as possibilidades de manipulação da consciência por meio de interferência neurofisiológica. Isso vai abrir toda uma frente de possibilidades técnicas que não existia no passado, tanto para o bem quanto para o mal. Para o bem, na cura de doenças e síndromes muito prejudiciais ao ser humano, como Mal de Parkinson e o Alzheimer. Mas ao mesmo tempo vai permitir a manipulação de mudanças na nossa personalidade, o que é muito preocupante. (segue...) Fonte: Jornal do Comércio - RS.
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