terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Doentes com Parkinson procuram medicamentos fora do País

22/01/2013 - Os cerca de 30 mil portugueses que sofrem de Parkinson, uma doença neurológica degenerativa, têm sido confrontados com a falta de medicamentos disponíveis nas farmácias, uma situação que pode conduzir ao agravamento do estado de saúde, avança o Correio da Manhã.

"Os medicamentos para a doença de Parkinson são comparticipados pelo Estado, mas a principal questão tem sido a escassez ou a falta de alguns medicamentos para a doença, prefigurando um problema de saúde pública", revela ao CM José Mota Vieira, presidente da Associação Portuguesa de Doentes de Parkinson.

"Há doentes a comprar os fármacos em Espanha ou a receber de França, enviados por familiares, situação a que nem todos se podem socorrer", garante o responsável, acrescentando que a isenção do pagamento de taxas moderadoras, prevista na lei, não está a ser cumprida.

"Os doentes não estão a ser dispensados do pagamento de taxas moderadoras nos serviços de Medicina Física e Reabilitação, na Fisioterapia e Terapia da fala prescritas, no seguimento das consultas de especialidade", facto que tem contribuído para o aumento dos níveis de desistência dos tratamentos, sublinhou José Mota Vieira.

Sem conseguir ler nem escrever

Os sintomas da doença que hoje prende os movimentos de Lucinda Taborda, com 70 anos, surgiram de forma sorrateira há oito anos, quando começou a ter dificuldades em passar uma factura na retrosaria onde trabalhava, em Lisboa. Seguiram-se a perda de vontade de ler as obras literárias oferecidas pelo marido, Alcides Taborda, a diminuição do volume da voz e o humor depressivo estampado no olhar. O diagnóstico surgiu dois anos depois.

"Ninguém está preparado. Hoje encaramos a doença com mais ligeireza. Eu já sei como agir quando ela está mais em baixo ou começa a chorar. Graças à Associação Portuguesa de Doentes de Parkinson (APDP) aprendi a ser um cuidador", explica ao CM Alcides Taborda, reformado de 66 anos.

Alvo de uma cirurgia para estimulação do cérebro em 2010 no Hospital de Santa Maria, Lucinda melhorou bastante, quer no equilíbrio, quer no estado de espírito. Com as aulas de fisioterapia duas vezes por semana na APDP, por 180 euros mensais, recuperou parte da autonomia e o sorriso nos lábios. "Não me custa nada ajudá-la. A verdade é que a nossa relação saiu reforçada", declarou Alcides Taborda. Fonte: RCM Pharma.pt.

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