terça-feira, 28 de outubro de 2014

CANABIDIOL É EFICAZ CONTRA PARKINSON, SEM EFEITOS COLATERAIS

Com informações da Agência USP



O canabidiol, derivado da maconha,
também já foi testado contra fobia social
 
e ansiedade provocada por trauma,
entre várias outras aplicações médicas.
[Imagem: Wikipedia]
Realizado pela primeira vez em seres humanos, um estudo usando o canabidiol - um composto ativo derivado da maconha - mostrou eficácia para melhorar a qualidade de vida e o bem-estar geral em pacientes com doença de Parkinson.

"Com a vantagem de não ter apresentado nenhum efeito colateral," acrescenta o Dr. José Alexandre Crippa, da Faculdade de Medicina da USP em Ribeirão Preto (SP).

O canabidiol foi fornecido em forma de pó, com 99,9% de pureza, e sem qualquer traço de THC, a substância responsável pelos efeitos psicoativos da maconha.




 Dopaminérgico e endocanabinoide

O professor Crippa explica que todos os medicamentos utilizados até hoje para tratar a doença de Parkinson atuam primordialmente no sistema dopaminérgico, o conjunto de receptores da dopamina, substância química que tem um papel fundamental no controle das funções mentais e motoras.

Segundo o pesquisador, "essa pode ser a causa de efeitos colaterais como alucinações, náuseas, delírios e de uma outra complicação motora chamada discinesia tardia, entre outras", uma vez a dopamina está envolvida, com a regulação da atenção, do estado de ânimo, da memória, da aprendizagem e do movimento.

Já o canabidiol atua no sistema endocanabinoide, formado por um conjunto de neurotransmissores que são semelhantes aos compostos químicos existentes na Cannabis sativa, ou maconha, planta de onde é extraída a substância canabidiol. "Isso pode explicar a ausência de efeitos colaterais e, com isso, dá um importante passo para uma nova opção de tratamento da doença," disse o pesquisador.

Outro aspecto apontado pelo pesquisador como animador foi a ausência de flutuação nos sintomas psiquiátricos, ou seja, a variação de humor comum em quem utiliza medicamentos para controle dos sintomas não-motores da doença, como depressão e ansiedade, por exemplo, que se dão entre os intervalos de uso dos medicamentos.

Sem efeito psicoativo
O estudo foi duplo-cego, ou seja, nem os pacientes nem os profissionais que os acompanharam sabiam a que grupo cada paciente pertencia - se estavam recebendo placebo ou uma de duas doses diferentes de canabidiol.
Após as seis semanas de uso do canabidiol e nova avaliação, foi relatada percepção de melhora da qualidade de vida e do bem-estar dos pacientes. "E esse relato foi feito pelo paciente e pelos seus familiares, tanto para os sintomas motores, como os não motores. E foram significantes para os que receberam canabidiol a 75mg/dia e, ainda maior, para os que receberam o canabidiol a 300mg/dia", comemora o professor.




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