segunda-feira, 3 de novembro de 2014

Atleta encontra no karatê um jeito de minimizar efeitos da doença de Parkinson

Após uma cirurgia para inibir os tremores da doença, Solange Muller, de 55 anos, conseguiu aumentar o equilíbrio muscular e resistência com o karatê

02/11/2014 - Após sofrer dez anos com a Doença de Parkinson, a funcionária pública Solange Muller, de 55 anos, conta como o karatê a ajudou a superar alguns sintomas da doença e melhorar o estilo de vida. Atualmente Solange pratica o esporte junto com a filha de cinco anos, Luana Muller. A pequena foi a ponte entre a funcionária pública e o esporte e além de Luana, a funcionária tem mais três filhos.

- Encontrei com uma das atletas da academia quando fui levar minha filha na natação e ela me incentivou a colocá-la no karatê. Comecei a treinar para incentivá-la e me apaixonei pelo esporte. O bom é que ela também se identificou muito – conta Solange.

Desde os 40 anos a funcionária pública já sofria com os sintomas da doença, principalmente com os tremores causados pelo mal, que cada vez ficavam mais intensos. A indicação da cirurgia veio de um filho que pesquisou sobre o procedimento e viu nele uma saída.

- Eu já tremia bastante e os sintomas só se agravavam quando meu filho me falou sobre a cirurgia. Tive receio por se tratar de um procedimento desgastante, mas depois acabei concordando em fazer – conta.

No procedimento cirúrgico foram implantados eletrodos nas regiões do cérebro afetadas pela doença e um sensor na região do peito, que envia estímulos aos eletrodos. A cirurgia foi feita há um ano e com a prática regular de atividade física a melhora foi significativa, segundo Solange.

- Antes eu tomava cerca de 20 comprimidos todos os dias e a doença estava evoluindo bastante. Hoje tenho mais independência, consigo andar e falar melhor. O karatê me ajudou muito – diz.

O karatê
Solange treina duas vezes por dia há cerca de três meses e também faz musculação três vezes por semana. Sorridente, a funcionária pública fala do amor pela arte marcial e conta que após o procedimento cirúrgico, ainda não tinha muito equilíbrio dos músculos e pouca resistência.

- Antes de começar a treinar eu andava meio desarticulada e o que eu buscava era o equilíbrio muscular, quando adquiri isso com o karatê. Os movimentos são rápidos, tenho que ter percepção. É muito legal, eu amo tudo isso.

Solange conta que no início enfrentou dificuldades, mas desempenhava as atividades de acordo com as suas limitações. Outros atletas da academia, que também superaram dificuldades, a incentivaram a continuar no esporte.

- Eu tive muita dificuldade, mas o sensei sempre me orientou a fazer as coisas no meu tempo e os atletas da academia sempre me incentivaram muito também – diz.

Quanto a filha, Solange destaca que dentro do tatame procura não interferir e deixa que os professores cuidem da situação.

- Se acontece dela chorar eu não vou correndo ajudar. Aqui não existe pai ou mãe, tem que deixar os professores cuidarem. Ela precisa ter essa individualidade.

Mais desafios
Animada com o esporte, Solange quer competir na última etapa do Campeonato Rondoniense, que acontece nos dias 29 e 30 de novembro, em Ji-Paraná. A atleta diz que quer participar da disputa em katar.

- Apesar das proteções que usamos durante a luta, tenho medo que escape algum golpe e acabe acertando o sensor, por isso prefiro katar. Eu acho lindo e realmente amo fazer karatê – finaliza. Fonte: Globo G1.

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