O que essas crianças têm em comum? Elas consomem diariamente um óleo extraído das flores da maconha, rico em canabidiol, que tem se mostrado promissor no tratamento de câncer e convulsão. Algumas precisaram se mudar para o Colorado, onde a terapia canabinoide é legal. São centenas de pacientes refugiados cujas famílias advogam pela legalização da maconha nos EUA e compartilham suas histórias na internet.
A regulação da maconha é uma questão de direitos humanos. Ela não se resume ao direito à recreação, mas se trata primeiro de uma lei de compaixão em saúde pública. Não é mera lei de drogas, mas a legalização de um remédio proibido.
Há políticos e médicos no Brasil que sabem que a maconha é remédio, mas negam. Sabem que a solução é o modelo uruguaio, mas se abstêm. Sabem que a regulação arrecada impostos, mas condenam. Eles insistem nos erros do passado que os tornaram políticos e médicos. O ano de 2013 foi um ano de reforma nas políticas de drogas em vários lugares do mundo, menos no Brasil, onde ainda se sofre de um vício terrível: o da “guerra às drogas”. Proponho um programa de 12 passos tipo AA, em que os proibicionistas do Brasil poderão discutir por que são viciados e como se salvar.
Primeiro, eles começariam a admitir que não se pode controlar a autonomia de ninguém apenas para manter o statu quo; depois, a acreditar que, por todas as evidências, a política de repressão não alcançou sucesso; o terceiro passo seria decidir que a redução de danos é o modelo de saúde pública superior, que vai minimizar os efeitos deletérios das políticas públicas ineficazes; a seguir, reconhecer que a redução de danos é baseada não apenas na ciência, mas na compaixão e no respeito pelos direitos humanos; depois, admitir que parte da incapacidade de mudar é a dependência de muitos baratos da guerra às drogas, como a militarização da polícia; e, então, prontificar-se a deixar que a maconha medicinal remova todos esses defeitos de caráter.
O sétimo passo seria examinar o passado e os erros cometidos, para aceitar mudanças ideológicas e políticas; depois, fazer uma lista de todos os líderes que evoluíram, e dispor-se a reconhecer publicamente o fracasso da guerra às drogas; a nona etapa é entender que o uso assistido e a substituição de drogas são medidas bem sucedidas, ao contrário da prisão; o décimo passo seria reconhecer que uma política baseada na retórica, não na ciência, contribuiu para muitos dos problemas de segurança pública de hoje; depois, procurar melhorar o contato consciente com a geração que não se viciou na guerra às drogas; e, por fim, procurar levar esta mensagem a outros adictos e praticar estes princípios baseados na abstinência como única solução.
O Uruguai livrou a maconha do tráfico para prover saúde a mais de 3 milhões de pessoas. Crianças do Uruguai com doenças severas já adquiriram o direto ao tratamento com óleo de maconha, enquanto no Brasil políticos fundamentalistas e médicos ultraconservadores continuam a impedir tais avanços. Fonte: Gazeta do Povo. Leia mais AQUI => O verdadeiro problema da maconha.
Penso não se tratar de fundamentalismo dos políticos. Sim porque muitos são financiados pelos grandes traficantes e cartéis da droga. Os médicos? Sim. De modo geral são conservadores.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Observamos que muitos comentários são postados e não exibidos. Certifique-se que seu comentário foi postado com a alteração da expressão "Nenhum comentário" no rodapé. Antes de reenviar faça um refresh. Se ainda não postado (alterado o n.o), use o quadro MENSAGENS da coluna da direita. Grato.