sexta-feira, 6 de março de 2015

Falta de medicamentos prejudica tratamento de doenças em Maceió


Pacientes estão sem receber remédios fornecidos pela rede municipal.
Prefeitura disse que greve dos servidores contribui para o problema.


04/03/2015  - A falta de medicamentos está prejudicando o tratamento contra várias doenças de pacientes que recebem remédios fornecidos pela rede municipal de Maceió. Este é o caso do aposentado Walderes Alves de Araújo, que toma remédio controlado desde que caiu de um trem.

Ele pegava os medicamentos na Unidade de Saúde Familiar da Santa Lúcia, mas os medicamentos estão em falta. Com o objetivo de não interromper o tratamento, ele foi em várias unidades de saúde do município, mas não conseguiu solução.

"O posto de saúde do Prado não tem e, em outros postos, como aqui no Salvador Lyra, não tem também", disse Araújo ao relatar que já foi em diversos postos.

De acordo com a coordenação de Farmácia de Maceió, a falta dos medicamentos pode estar relacionada a problemas na entrega e até em falhas nas licitações, que as vezes precisam ser refeitas. Ainda segundo o órgão, a greve dos servidores da prefeitura pode interferir na distribuição dos remédios.

No bairro Cidade Universitária e no Conjunto Graciliano Ramos a situação é a mesma. A aposentada Edina Silva Gomes e o sobrinho Ricardo Mussi Silva Gomes, beneficiário do Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS), sofrem com problemas psiquiátricos e tomam remédios controlados há quase 20 anos, entretanto, as únicas caixas que têm estão vazias.

"A gente vai lá e diz que o governo não dá. Às vezes a minha pressão sobe. Teve uma vez que a minha pressão foi para 19", expõe Edina ao contar que o problema é provocado pela falta do medicamento que não pode ser substituído por outro.

O sobrinho de Edina também conta que sofre com o problema de pressão alta. "Tenho pressão alta, ela já chegou 20 por 10", disse Gomes. Ambos alegam que não têm condições financeiras para comprar os medicamentos, o que piora ainda mais o tratamento.

A falta dos remédios vai desde o Diazepam, que é receitado para várias doenças, até os mais específicos. A Associação Parkinson Alagoas tem pelo menos 100 associados e denuncia que o problema é recorrente.

A interrupção do tratamento agrava a doença e piora a qualidade de vida dos pacientes. "Fazer coisas básicas do dia-a-dia fica difícil sem esse tipo de tratamento", disse a presidente da associação, Cícera Pontes.

Em relação aos medicamentos para tratamento de Parkinson, a prefeitura informou que foi feita a dispensa de licitação para compra emergencial, o que deve diminuir a demora provocada pela burocracia. Uma cotação está sendo feita e o processo está em fase final, mas a previsão para conclusão só poderia ser informada pelo setor de suprimentos da Secretaria de Saúde de Maceió. Fonte: Globo G1.

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