Antes do diagnóstico, e durante, tinha um carro bem melhor, mas com embreagem, e vivia “arranhando” o câmbio. Pedi ao mecânico para regular o cabo de embreagem e ele disse: - Como? Este carro não tem cabo, a embreagem é hidráulica! O engenheiro aqui (não mecânico) ficou com a cara no chão. Mas enfim, vamos ao caso.
Tinha decidido comprar um carro zero km automático com desconto a que os ditos deficientes físicos tem direito. Esbarrei no fato de que a Secretaria da Fazenda do RS exige para isentar do fisco, a carteira emitida pelo Detran, onde conste a necessidade do condutor usar carro automático e/ou adaptado.
Minha CNH, na época, teria necessidade de renovação dentro de uns 15 anos. Mas fui ao Detran e pedi carteira para deficiente físico. Aí que pisei na bola. O Centro de Formação de Condutores (CFC) me encaminhou para a junta médica, pois declarei ter pk.
Obviamente fui em “on” e lá me aprovaram para carro normal, e sendo porque declarei que tinha parkinson, determinaram a necessidade de renovação da carteira a cada 3 anos. Pensei: - Fudeu! Pior a emenda que o soneto.
Fiquei indignado e reclamei. Em conta disso me chamaram para outro exame na junta médica. Fui em “off”. Resultado: “Inapto definitivo”. Cassaram minha carteira. Não conseguiria mais trabalhar ou teria que contratar um motorista! - Fudeu mais ainda!
Fiquei mais indignado ainda e recorri à instância superior, a junta médica do CETRAN. Fui em “on”. Aprovado conforme o desejado, para conduzir veículo automático ou adaptado. Como tinha parkinson, e tinha sido considerado inapto, prazo de 1 ano para renovar.
Nisso tudo o carro automático que pleiteava comprar, pelo tempo decorrido, foi pro saco. Só fiquei no prejuízo.
Passado o ano, fui renovar a carteira e, novamente submetido à junta médica, pela 4a vez, fui aprovado para dirigir carro normal, ou seja, não tinha mais parkinson, doença nenhuma. Me curaram!
O DETRAN/RS não merece o Nobel por curar Parkinson?
Fiquei com o ônus de renovar CNH a cada 3 anos. Afora as filas e demoras.
Nunca mais penso em pedir desconto! Meu carro atual é automático e sem nenhum tipo de isenção fiscal. Cachorro mordido por cobra tem medo de linguiça.
Conclusão: Ser honesto com órgãos públicos no Brasil é suicídio. No momento que declarei ter parkinson, quase selei o caixão. Ao invés de me ajudar com as dificuldades como se esperaria de um pai não padrasto, passaram a aumentá-las.
Bem disse um médico amigo meu: - mantenha teu parkinson no armário, omita-o, caso contrário tu só vais te incomodar. Dito e feito!
Ser honesto é p'ra trouxas como eu! Como não omiti, a cada nova renovação eu teoricamente, por uma questão ética, devo declararar a condição novamente. Ou, como o controle deles é meio capenga, na próxima renovação devo omitir? Tipo de omissão que fez o piloto do Airbus A 320 da Germanwings, que espatifou o avião nos Alpes?
Mas ao final o Detran cumpriu seu papel, eis que o contribuinte NUNCA tem razão. Existimos para sermos explorados! Outro dia conto a história do cara que teve ofício do INSS padrasto enviado ao DETRAN para cortar sua carteira. O cara era motorista! Aliás, também sou, amador, e dos bons, modéstia à parte. Quando por livre arbítrio decidir parar de dirigir, ou seja, me considerar inapto, eu paro, não dirijo mais.
Estou com problema idêntico..
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