quinta-feira, 5 de dezembro de 2002





DIST�RBIOS SEXUAIS NA DP

OS DIST�RBIOS SEXUAIS E DOEN�A DE PARKINSON

Introdu��o

Os dist�rbios da fun��o sexual s�o freq�entes na doen�a de Parkinson, mas pouco se fala sobre o assunto nas consultas, tanto por parte do m�dico como do paciente. S�o problemas sempre complexos porque refletem a harmonia do casal, posta � prova pelo car�ter cr�nico da doen�a e pela defici�ncia motora. Pode-se distinguir a diminui��o dos desempenhos sexuais - queixa mais freq�ente - e os comportamentos de hipersexualidade, muito mais raros.

A diminui��o dos desempenhos sexuais

Sua freq��ncia tem sido muito pouco estudada. A propor��o de insatisfa��o e perturba��es sexuais no casal � fraca quando o portador � a esposa. Ao contr�rio, a maioria dos casais est� insatisfeita com suas rela��es sexuais quando o marido � o atingido pela doen�a de Parkinson (59% dos doentes s�o homens e 58% s�o mulheres). A fun��o sexual � perturbada em 65% dos doentes homens e em 52% das esposas.

No homem a impot�ncia com dificuldade para obter ou manter uma ere��o aparece em 60% dos casos (esse percentual � de 37,5% em pessoas que n�o apresentam a doen�a de Parkinson), compar�vel � incid�ncia do problema em popula��es de doentes da mesma idade atingidos por doen�as cr�nicas como a artrose.

O vaginismo (contra��o da musculatura perivaginal associada a dores que impedem o intercurso sexual) e aus�ncia de orgasmo s�o encontrados respectivamente em 27% e 36% das mulheres atingidas da doen�a de Parkinson. No plano comportamental, as esposas descrevem um evitamento (55% dos casos) e uma n�o sensualidade (27% dos casos).

Na metade dos casos, os c�njuges notam uma diminui��o da libido do doente, bem como uma dificuldade para estimular o parceiro sexualmente. Do mesmo modo, mais da metade dos c�njuges perde qualquer desejo de rela��o sexual com o seu parceiro com doen�a de Parkinson.
Factores que influenciam a fun��o sexual

Parece n�o existir rela��o entre a severidade da defici�ncia motora e a import�ncia das perturba��es sexuais do doente. Em contrapartida a satisfa��o sexual do parceiro n�o doente est� correlacionada com a severidade da doen�a do c�njuge, e � muito perturbada quando lhe toca cuidar do doente sozinho. O aspecto f�sico (saliva��o, hipersudorese, movimentos anormais) � um dos fatores importantes que podem provocar rea��es de ansiedade e de desagrado nos c�njuges.

Inexiste uma rela��o estatisticamente evidente entre as perturba��es da fun��o sexual, a dura��o e as doses do tratamento com L. dopa.

A repercuss�o psicol�gica na esposa - do tipo ansiedade ou depress�o - freq�entemente � fonte de desentendimento sexual, enquanto que a depress�o do doente n�o parece desempenhar um papel importante.

Balan�o etiol�gico

Uma entrevista a s�s com o portador e depois com o casal vai permitir orientar o diagn�stico para uma origem org�nica ou psicog�nica.

No caso de impot�ncia de origem org�nica, as altera��es s�o progressivas, descritas ao in�cio como a dificuldade para manter as ere��es e a diminui��o da qualidade das mesmas. As rela��es sexuais tornam-se cada vez mais dif�ceis, conduzindo � impot�ncia total. De maneira concomitante, as ere��es matinais diminuem em freq��ncia e qualidade.

No caso de impot�ncia de origem psicog�nica, os dist�rbios da ere��o instalam-se de maneira repentina criando problemas conjugais, apesar da manuten��o das ere��es matinais ou ap�s a masturba��o.

No balan�o etiol�gico, � necess�rio antes de tudo repensar a dosagem de medicamentos, especialmente os psicotr�picos e os anti-hipertensivos. � necess�rio tamb�m avaliar o consumo de �lcool e de fumo que predisp�em ao desenvolvimento de neuropatia e doen�a vascular. Se houver suspeita de origem org�nica, � preciso um balan�o end�crino, principalmente com investiga��o de diabetes. Na suspeita de uma causa neurol�gica, uma explora��o eletrofisiol�gica ser� necess�ria. Se a suspeita for de causa vascular, testes farmacol�gicos e um Doppler peniano ser�o requeridos.

A exist�ncia de uma impot�ncia no come�o ou antes da instala��o da doen�a de Parkinson deve sugerir uma atrofia multissist�mica (http://wd014.lerelaisinternet.com/sites/parkliste/med/dmsa.htm ) resistente � L-dopa e de progn�stico muito mais severo.

Fora de um tratamento espec�fico a ser proposto no caso de encontrar-se uma etiologia org�nica, que n�o a doen�a de Parkinson, a terapia de casal � mais adequada: Parece que a ocorr�ncia desta doen�a no c�njuge (sobretudo nas esposas) provoca problemas conjugais reativos dificultando o relacionamento sexual. As terapias de casal devem ser aconselhadas para refazer a harmonia marital.

Hipersexualidade

Em oposi��o, certos doentes ou mais freq�entemente seus parceiros reportam o aumento da libido com condutas de hipersexualidade incomum na faixa et�ria habitualmente referida para esta doen�a (60 .- 70 anos). As vezes, esta excita��o ps�quica � isolada, sem possibilidade de manifesta��o f�sica; estando outras vezes associada a ere��es, podendo chegar ao priapismo. Essas condutas hipersexuais podem ultrapassar os limites do casal, dando margem a poss�veis queixas de outras membros da fam�lia ou da vizinhan�a, raz�o pela qual � importante que o m�dico confirme sua origem iatrog�nica. Com efeito, trata-se geralmente de uma sensibilidade muito espec�fica aos agonistes dopaminergiques (http://wd014.lerelaisinternet.com/sites/parkliste/med/agonist.htm) . N�o se registrou nesses doentes fatores de predisposi��o psiqui�trica ou org�nica. O ajuste da dosagem dos agonistas dopaminergicos permite em geral o desaparecimento ou pelo menos a diminui��o destas altera��es de comportamento. �s vezes inscrevem-se no contexto mais amplo de um estado psic�tico com alucina��es (http://wd014.lerelaisinternet.com/sites/parkliste/med/neuropsy.htm) e comportamentos noturnos anormais. Se a severidade da doen�a n�o permite a redu��o dos medicamentos Antiparkinsonianos, o problema terap�utico � dif�cil de resolver.
Conclus�o

As perturba��es sexuais na doen�a de Parkinson s�o freq�entes. A harmonia sexual do casal � mais perturbada quando � o marido o portador da doen�a, tanto na diminui��o do desempenho sexual como nos casos de hipersexualidade. Ao desafio que representa ter um parceiro �s vezes dependente fisicamente somam-se os problemas conjugais. Da� a import�ncia na pr�tica cl�nica de ser ouvido n�o s� o doente, mas tamb�m o c�njuge.

Fonte:PARKLISTE
http://www.parkliste.org, in Les sympt�mes de la maladie de Parkinson idiopathique / M�decine et recherche: le point de vue m�dical.
Obs.: Utilizei numa primeira etapa o tradutor autom�tico SYSTRAN (http://www.systranbox.com/systran/box). Depois, pedi a Dalva Molnar para revisar o texto final e ela gentilmente corrigiu muitos erros da tradu��o.

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