sexta-feira, 31 de outubro de 2014

Estimulação elétrica da medula

Brasileiros apresentam novo tratamento para a doença de Parkinson
Equipe do cientista Miguel Nicolelis diz que o método é menos invasivo que a tradicional estimulação cerebral profunda

30/10/2014 | Uma equipe do Centro de Primatas do Instituto Internacional de Neurociências de Natal Edmond e Lily Safra (IINNELS),em Natal, demonstrou a eficácia de uma nova neuroprótese no tratamento da doença de Parkinson.

A nova terapia, denominada estimulação epidural da medula espinhal (EEMS), é pouco invasiva, podendo, no futuro, ser realizada sem a necessidade de internação hospitalar, segundo o cientista Miguel Nicolelis, fundador do centro na capital do Rio Grande do Norte.

Em sua página no Facebook, Nicolelis afirma que essa característica contrasta fortemente com um método tradicional de tratamento da doença de Parkinson - a estimulação cerebral profunda (DBS) — "que envolve um procedimento cirúrgico de várias horas, ao qual podem ser submetidos apenas uma pequena fração dos pacientes Parkinsonianos, devido ao caráter muito invasivo desse procedimento e os riscos associados ao mesmo".

A pesquisa foi realizada em saguis e teve, além de Nicolelis, a participação de Romulo Fuentes, também do IINNELS, e a colaboração de Per Pettersson, das universidade de Lund, na Suécia. O trabalho foi publicado na revista Neuron, e uma versão anterior — com testes em roedores — havia sido publicada na revista Science, em 2009.

— A EEMS foi inicialmente usada no tratamento de dor crônica que não responde a medicamentos. Como alguns desses pacientes também desenvolveram a doença de Parkinson, o uso continuo da EEMS também se mostrou eficaz no tratamento de sintomas motores produzidos por essa doença neurodegenerativa, principalmente aqueles relacionados a marcha e a postura — explicou Fuentes.

As experiências foram realizadas com matrizes de microeletrodos implantados no cérebro e na medula espinhal dos animais. A estimulação elétrica resultou em uma melhora significativa dos déficits motores dos saguis.

O fato de o método ter um processo pouco invasivo e mais barato do que outras alternativas cirúrgicas, segundo os pesquisadores, irá contribuir para que sejam realizados testes clínicos em um futuro próximo. Fonte: Zero Hora. Leia também "Estudo confirma eficácia de novo tratamento para Parkinson".

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