terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

Organização americana paga até R$ 35 mil para doadores de cocô

Material é processado e usado em tratamento de pacientes com infecções causadas pela bactéria C. difficile

03/02/15 - RIO — Nos EUA, é comum as pessoas receberem pagamento por doações de sangue, plasma, óvulos, sêmen... E por que não, cocô? A organização sem fins lucrativos OpenBiome oferece até US$ 13 mil, cerca de R$ 35 mil, para quem doar fezes que serão usadas para o tratamento de pacientes com infecção causada pela bactéria Clostridium difficile, que causa graves problemas gastrointestinais e, por vezes, é resistente a antibióticos.

Nesses casos, a administração de fezes saudáveis processadas no estômago do paciente — via endoscopia, tubos nasais ou cápsulas — é o tratamento indicado, mas não é fácil encontrar doadores. Para solucionar o problema, a OpenBiome foi fundada em 2013 e, desde então, já entregou cerca de 2 mil tratamentos em 185 hospitais americanos.

Para incentivar a doação, a organização paga US$ 40 por cada amostra de fezes saudáveis, com um bônus de US$ 50 caso o doador se apresente por cinco dias consecutivos. Com isso, é possível conseguir US$ 250 (R$ 677) por semana, que somam US$ 13 mil por ano.

Mas não é tão simples se enquadrar como doador. Não basta ser saudável, é preciso ser extremamente saudável. O procedimento de coleta é simples, semelhante ao realizado para exames, mas o processo de seleção é minucioso. Dos cerca de mil voluntários que já se apresentaram, apenas 4% foram aprovados no extenso questionário médico e análise do material.

— É mais difícil se tornar um doador do que entrar no MIT — brincou Mark Smith, cofundador da OpenBiome, em entrevista ao “Washington Post”.

Smith diz que os poucos doadores selecionados se apresentam, em média, três ou quatro dias por semana. Cada amostra coletada pode tratar três ou quatro pacientes.

— Todo mundo acha muito bom que eles estão ganhando dinheiro fazendo algo tão simples — disse Carolyn Edelstein, cofundadora da organização. — Mas eles também adoram ouvir de nós: “olha, o seu cocô ajudou esta senhora que estava doente há nove anos. Fonte:

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