quarta-feira, 18 de março de 2015

Idoso 'dribla' o mal de Parkinson e retarda a doença pintando quadros

Quantidade de tremores diminui após ele começar a pintar quadros.
Luiz Azevedo, de 77 anos, descobriu a habilidade em Itanhaém, SP.

Luiz faz quadros no tratamento do mal de Parkinson (Foto: Mariana Rodrigues/Prefeitura de Itanhaém)
18/03/2015 - Um idoso com Mal de Parkinson encontrou na pintura uma forma de reduzir os tremores provenientes da doença. Morador de Itanhaém, no litoral de São Paulo, ele descobriu uma habilidade e conheceu o prazer de pintar quadros, o que retomou sua autoestima, que tinha sido perdida com a doença. Os quadros do novo artista estão expostos no Centro de Itanhaém e se tornaram um exemplo de que é sempre possível viver melhor.

O aposentado Luiz Carlos Azevedo, de 77 anos, descobriu que tinha Mal de Parkinson há seis anos. “Eu descobri porque estava em uma festa e percebi que tremia. Um amigo falou que eu tinha que ir ao médico”, conta. O aposentado seguiu o conselho e confirmou que tinha o Mal de Parkinson, uma doença degenerativa que afeta o sistema neurológico, a coordenação motora e provoca tremores.

Luiz começou a fazer terapia no Centro Municipal de Reabilitação (CMR) há um ano. O aposentado tinha dificuldades para escrever e não conseguia assinar o próprio nome. A terapeuta ocupacional Fernanda Luppino iniciou atividades de escrita e logo descobriu que o idoso tinha aptidão para a pintura de quadros.

Fernanda começou ensinando movimentos amplos e com pincéis mais grossos e, depois, passou para os traços mais finos e detalhados, até finalizar com a assinatura de Luiz. “Eu aprendi com a Fernanda me ensinando. Já fiz sete quadros”, afirma ele. As pinturas do idoso são sempre ligadas à natureza, flores e barcos na praia e o mar.

A pintura auxiliou Luiz no tratamento de Mal de Parkinson e os resultados começaram a aparecer aos poucos. Após mais de um ano de acompanhamento e pintura, ele nota as melhoras. “O tremor diminuiu bastante. Peguei gosto pela pintura. Eu acho que agora estou pintando bem, estou pintando melhor. Me agrada muito fazer isso“, diz ele.

Já a terapeuta explica que o Mal de Parkinson é uma doença progressiva e, por isso, o tratamento consegue retardar cada vez mais os sintomas e a piora do paciente. “Com as atividades, a doença progride mais devagar. Algumas habilidades motoras melhoraram”, afirma.

A questão emocional foi desenvolvida nas aulas de pintura. “É um processo difícil ver a perda de habilidades e da autonomia. Foi um processo importante expor o trabalho dele. Trouxe de volta uma autoestima, um processo de autonomia que vinha se perdendo com o curso da doença. Foi uma superação ele aprender a atividade com idade avançada e a doença", diz.

Os quadros de Luiz estão em uma exposição no Espaço do Gabinete de Leitura, na Praça Carlos Botelho, 149, no Centro Histórico de Itanhaém, sempre das 9h às 17h, até o dia 20 março. Fonte: Globo G1.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Observamos que muitos comentários são postados e não exibidos. Certifique-se que seu comentário foi postado com a alteração da expressão "Nenhum comentário" no rodapé. Antes de reenviar faça um refresh. Se ainda não postado (alterado o n.o), use o quadro MENSAGENS da coluna da direita. Grato.